Após declarar que o teor do vídeo da reunião interministerial do presidente Jair Bolsonaro no tocante à suposta interferência do Governo na Polícia Federal foi ‘um risco n’água’, o secretário-geral do Ministério Público da União, Eitel Santiago, considerou a divulgação integral da reunião, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, (STF) Celso de Melo. A declaração foi dada na tarde desta segunda-feira (25), no Programa Rádio Verdade, do Sistema Arapuan de Comunicação.
Para Santiago, o ministro Celso de Melo acabou se sentido pressionado a divulgar o vídeo na íntegra e acabou atingindo e magoando terceiros, que não tinham envolvimento com a elucidação da investigação.
“Vou falar como cidadão que tem uma formação jurídica. Se eu fosse advogado do presidente eu não precisaria arguir nenhuma suspeição do ministro Celso de Melo, que é um grande juiz no final de carreira e que errou na minha opinião. Errou porque pressionado já, um homem idoso, ele divulgou quase que integralmente o vídeo, e o pouco que censurou, todo mundo entende o que está na censura e com isso não respondeu às perguntas que deveriam ter sido respondidas: a primeira era saber se era útil a prova a que se destina o inquérito apurar a divulgação total do vídeo? Se ele olhasse ele diria não; a segunda era se a divulgação total do vídeo vai aborrecer pessoas que não tem nada a ver com o que está sendo apurado ali? Ele responderia, Vai. Ele deveria dizer que o trecho que fala daquelas questões de de receber as informações é o que deveria ter sido divulgado, mas não divulgar tudo, porque há de se compreender que o Estado brasileiro é soberano, que mantém relações internacionais e que reuniões do governo que são reservadas como era esta não precisam ser divulgadas amplamente, se esta divulgação não se presta para demonstração de uma prova que se procura obter numa organização criminal”, ressaltou.
E emendou: “Se eu fosse o advogado do presidente eu não arguiria a suspeição do ministro”
PB Agora