O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), no âmbito da CPI do 08/01, confrontou o programador Walter Delgatti Neto, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, que disse que recebeu do próprio Bolsonaro pedido para grampear o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, e disse que as acusações são gravíssimas e tem sim potencial para incriminar o ex-presidente.
Segundo ele, é necessário uma acareação dos depoimentos por parte da Polícia Federal.
“A acareação, penso eu, seria oportuna, tanto dele com ex-presidente e outros citados. Ele próprio disse que não teria problema algum em fazê-las”, alertou Veneziano.
O hacker Walter Delgatti Neto afirmou, por sua vez, em depoimento à CPI dos Atos Golpistas, que aceita participar de uma eventual acareação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante o depoimento, Walter Delgatti disse por exemplo que:
- Bolsonaro lhe ofereceu indulto caso fosse preso por atuação contra urnas;
- Bolsonaro lhe orientou a ir ao Ministério da Defesa e explicar a técnicos como fraudar as urnas;
- Bolsonaro lhe pediu que assumisse a autoria de um grampo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal;
- O marqueteiro de Bolsonaro lhe orientou a usar um “código-fonte fake” para dizer que o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) era passível de fraudes;
- A deputada Carla Zambelli o prometeu emprego na campanha de Bolsonaro em 2022.
Para que uma acareação aconteça, é necessário que um parlamentar integrante da CPI apresente requerimento e que este requerimento seja votado e aprovado pelo plenário da comissão.
Quem é Walter Delgatti?
Conforme o portal G1, Delgatti ficou conhecido por ter vazado, em 2019, mensagens atribuídas ao então ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro, a integrantes da força-tarefa da Lava Jato e outras autoridades. Pela invasão, ele foi alvo da Polícia Federal na Operação Spoofing e preso.
Recentemente, o “hacker de Araraquara” voltou à mira da Polícia Federal pela invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para a inclusão de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No ofício, havia inclusive a frase “faz o L” — um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, Walter Delgatti Neto disse que o falso documento foi redigido pela deputada Carla Zambelli.
PB Agora