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João Pessoa, 19 de Março de 2025

Senadores abrem mão de discursos para agilizar sessão de impeachment

 Ao se apresentar como representante de seis senadores tucanos que abriram mão de usar a palavra para garantir que a votação do processo de impeachment desta terça-feira (9) no plenário do Senado seja mais ágil, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), defendeu o afastamento definitivo da presidenta afastada Dilma Rousseff.

A expectativa inicial era que a sessão, que vai decidir se Dilma irá a julgamento, seguisse pela madrugada, mas desde o início da tarde, liderados por Aécio, parlamentares trabalham para construir um acordo para que a sessão seja concluída ainda hoje.

Ao discursar, Aécio Neves afirmou que o relatório do colega de partido Antonio Anastasia (MG) deixa “absolutamente cristalino que a presidente atentou contra a Lei Orçamentária e a Lei de Responsabilidade Fiscal ao editar decretos e permitir que as pedaladas ocorressem”.

O tucano disse ainda que o partido está convencido de que as ilegalidades foram cometidas e revelaram, segundo ele, a “mais perversa face” de Dilma Rousseff para milhões de brasileiros por terem provocado a atual situação econômica do país, com aumento do desemprego e redução da renda mensal dos trabalhadores. “O que estamos falando hoje é defender a Constituição e a própria democracia. Aqueles que cometem crimes têm que ser por eles responsabilizados”, destacou.

PT

Antes de Aécio, o senador Paulo Paim (PT-RS) classificou como “covardemente política” a condução do impeachment e afirmou que o processo está sendo usado como “cavalo de Troia, na batalha de ambições individuais, partidárias e oligárquicas”. Paim alertou que quem “vai pagar a conta é o povo brasileiro”. O petista reconheceu que o impeachment está previsto na Constituição, mas lembrou que para ser “legalmente jurídico” depende de um fato que o justifique, o que, não há na visão dele.

“Os decretos orçamentários foram legais, e todos sabem disso. No final de 2015, o Congresso aprovou uma mudança na meta fiscal”, disse. Paim ainda acrescentou que as chamadas “pedaladas fiscais” apontadas nas acusações contra Dilma são equivalentes a um contrato de prestação de serviços. “A argumentação das pedaladas fiscais para o impeachment da presidenta Dilma é totalmente inconsistente. As pedaladas foram utilizadas muitas vezes em outros governos, inclusive nas gestões anteriores a de Dilma. E mais: a maioria dos governadores e prefeitos também as utilizaram. A argumentação vai cair como um castelo de cartas”, afirmou.

Rito

Momentos antes de reiniciar a sessão, interrompida às 13h por uma hora, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que preside a sessão, admitiu que caso haja acordo entre as lideranças partidárias, poderá suspender os trabalhos às 23h e retomá- la amanhã (10). “ Tudo depende do número de oradores inscritos. São variáveis sobre as quais não temos controle” , adiantou.





Agência Brasil

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