O assunto eu já tratei aqui mesmo neste espaço, mas um fato novo me faz refletir, novamente, sobre um possível acordo entre Cássio e Cícero para enfraquecer Ricardo Coutinho na disputa estadual. E este acordo teria sido feito quando se começou a discutir a eleição de 2010, momento em que Ricardo Coutinho e Veneziano Vital surgiam como as novas lideranças da Paraíba.
Há indícios de que tudo tenha começado na própria campanha de 2008, quando o PSDB deu de bandeja a reeleição de Ricardo Coutinho, ao escalar João Gonçalves apenas para cumprir tabela na disputa com o prefeito pessoense. Depois, com posicionamentos administrativos do então governador Cássio para com o prefeito da capital.
Por exemplo: para João Pessoa, o governador mandava cumprir, rigorosamente, a participação do Estado nos programas que deveriam ter parceria com o Município, a exemplo da Farmácia Básica de Medicamentos e do SAMU, enquanto não fazia o mesmo com Campina Grande, sua terra natal. Pois é, João Pessoa recebia todo o dinheiro direitinho e Campina ficava a ver navios, mesmo sendo a terra à qual Cássio diz ter um imenso amor.
Isso seria, por esta análise, sinalizações de Cássio para conquistar Ricardo. E este, ao perceber que Cássio havia dado tais sinais, caiu direitinho: brigou com Veneziano e Maranhão e apartou-se do grupo que lhe ajudou a chegar à prefeitura da capital. Cumprida a primeira parte do processo, era hora de colocar em prática a segunda: a da consolidação da aproximação. Isso foi feito durante todo este tempo, com Cássio defendendo, ardorosamente, o prefeito de João Pessoa, brigando com Cícero que, pacientemente, agüentou tudo.
Mas, lendo o Blog do Décio, no Portal Paraíba 1, fiquei sabendo que o PSDB reiniciará sua campanha institucional no rádio e na TV no próximo dia 2 de abril e sabe qual a agência contratada para produzir o material? A Mix. Isso mesmo. Cícero, presidente do partido, contratou uma agência que tem DNA cassista para o trabalho.
Isso me faz imaginar como seriam as reuniões entre Cícero e Cássio, com a participação dos aliados e sem a presença de testemunhas outras. Conversa de compadres? A se consolidar este pensamento, não vai demorar muito para Ricardo ficar isolado e extremamente arrependido de ter se deixado levar pelo ‘canto da sereia’. Será que ele já raciocinou assim também?