Eu, sendo a oposição, não apostaria um vintém furado em que tenha o menor fundo de verdade neste aparente estremecimento de relações políticas do governador João Azevêdo com o seu antecessor Ricardo Coutinho. Tanto um quanto o outro sabem muito bem que podem entregar o ouro ao bandido se partirem para o rompimento.
Ricardo Coutinho e João Azevêdo sabem que hoje são, sem dúvida nenhuma, as duas maiores lideranças políticas da Paraíba. O primeiro, numa condição de emergente e maior autoridade do Estado; o segundo, pelo seu próprio histórico, o portfólio administrativo que construiu; e também pela competência com que jogou a última grande partida do xadrez da política paraibana, em que submeteu as oposições a uma verdadeira humilhação.
Está mais que evidente de que, unidos, João e Ricardo continuarão protagonistas do cenário político da Paraíba, inclusive, com grandes chances de realizar um sonho do PSB (leia-se Ricardo Coutinho) de terem sob seu comando o Governo do Estado, a Prefeitura de João Pessoa e a Prefeitura de Campina Grande.
Este é um projeto que a cada eleição torna-se perfeitamente viável. A menos, é claro, que João Azevêdo e Ricardo Coutinho caiam na besteira de romper, ou a temida Operação Calvário, em suas futuras investidas, chegue ao extremo de promover a prisão das cabeças coroadas do ninho girassol e até a cassação do atual governador. Para muitos, esta é uma possibilidade remotíssima; mas é uma possibilidade e é bom não cutucar o cão com vara curta…
A verdade
É muito provável, sim, que a relação política de João Azevêdo e Ricardo Coutinho esteja em processo de ajuste. João demarcando território e conquistando mais espaços dentro de sua própria gestão, procurando imprimir a sua marca. Mas daí para um rompimento a distância é grande.
Base
Quanto ao G10, grupo de deputados aliados se metendo a independentes, tanto Ricardo quanto João estão certos. Cada um busca o entendimento ao seu estilo. Ricardo, menos tolerante e mais austero, conseguiu manter a bancada forte. João, ao que tudo indica, mais dado ao diálogo.
Faz de conta
E se Ricardo Coutinho e João Azevêdo estiverem fingindo uma briga para enganar as oposições? Esta também é uma possibilidade bastante comentada nos bastidores da política.
Wellington Farias
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