Os números da pesquisa Datavox, divulgados nesta quinta-feira (26) pelo portal PBAgora, mostram uma vantagem folgada do governador João Azevêdo (Cidadania) para a disputa da reeleição, no ano que vem. Ele aparece com 37,5% das intenções de voto na pesquisa estimulada, frente a 14% do principal adversário, o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), que aparece com 14%. Eles são seguidos por Luciano Cartaxo (PV), com 7,4%; Veneziano Vital (MDB), com 5,8%; Daniella Ribeiro (PP), com 4,5%; Lígia Feliciano (PDT), com 0,6%, e Marcelo Queiroga (sem partido), com 0,5%.
O retrato mostrado pela pesquisa, no entanto, é contraindicado para o clima de “já ganhou” propagado pela militância. Isso porque o pleito demonstra um relativo grau de imprevisibilidade, por uma série de motivos. O primeiro tem a ver com a temporalidade. São quase 14 meses para a disputa eleitoral do ano que vem. Nesse meio tempo, a desenvoltura dos postulantes, os apoios recebidos e a conjuntura nacional podem em algum grau favorecer os adversários. Outro ponto é saber como a disputa nacional vai influenciar na paróquia. E ainda se alguém consegue abocanhar parte dos quase 30% de votos de indecisos, brancos e nulos.
A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 24 deste mês, com 2 mil questionários aplicados em pelo menos 70 cidades do Estado. Os números revelaram que os dois postulantes com maior chance de fazer o enfrentamento com o governador são Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo, justamente os ex-prefeitos de Campina Grande e João Pessoa, respectivamente. Deles, o campinense tenta crescer a partir da militância fiel ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Luciano Cartaxo busca os apoiadores do ex-presidente Lula (PT).
Os dois têm boa capilaridade no eleitorado dos municípios que comandaram, porém, enfrentam um páreo duro em relação ao governador, que consegue melhor retrospecto em João Pessoa e pontua bem na região polarizada por Campina Grande. Isso apesar de ser superado por Romero na Rainha da Borborema. A vantagem numérica alcançada pelo governador, muito claramente, vem da estabilidade entre as regiões do Estado. Ele pontua azoavelmente bem em todas elas. Já Romero e Cartaxo pontuam bem apenas nas cidades que comandaram.
Para crescer, Romero e Cartaxo vão precisar ampliar o leque de alianças pelo Estado. Já João Azevêdo, precisará apenas manter as alianças e evitar rupturas na base. Um exemplo disso foi o recente desentendimento com o senador Veneziano Vital Rêgo. O resultado prático disso foi a criação de uma instabilidade na base, acompanhada do risco de rompimento. O senador, vale ressaltar, passou a constar na lista dos possíveis candidatos. Ele pleiteia, inclusive, o concorrido apoio de Lula para a disputa.
A tendência, agora, é que os postulantes acelerem as articulações para o ano que vem. Sobre a pesquisa, o intervalo de confiança admitido pelo instituto é de 95%. A margem de erro máxima estimada é de 2,2% pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.