O “superbloco” formado por nove partidos, articulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), terá como missão garantir governabilidade ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A afirmação foi feita por líderes dos partidos que compõem o bloco na tarde desta quarta-feira (12), durante entrevista coletiva para anunciar o grupo.
O bloco tem 175 deputados e é o maior da Câmara. Fazem parte PDT, PSB, Patriota, União Brasil, PP, Avante, PSDB, Solidariedade e Cidadania. A liderança será definida por rodízio entre os partidos.
Quem começa no posto é o deputado Felipe Carreras (PSB-CE), integrante da base do governo Lula. “Vamos representar os estados de forma democrática. Será um bloco que vai ajudar o governo a ter base sólida, que vai ser importante para a estabilidade política do nosso país”, afirmou.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliado histórico do PP de Arthur Lira, decidiu ficar fora do grupo. Interlocutores da liderança da legenda afirmaram que o partido prefere “ficar sozinho” por questão de “autonomia nos trabalhos”. O PL tem 99 deputados e é a legenda com mais parlamentares na Câmara.
Afinados com o governo
O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou que o grupo tem o papel de equilibrar as forças na Câmara, sem criar “celeuma” com o governo. “Não há qualquer tipo de interesse em criar, sobretudo com o governo, qualquer tipo de celeuma. Terá nesse colegiado um foro de decisão e discussão, priorizando o interesse da população. Líderes mais afinados com o governo para trazer pautas prioritárias em tramitação e de urgência para que sejam tocadas”, declarou.
Durante o anúncio, foi lida uma carta de compromisso em que o bloco apontou como pautas prioritárias a reforma tributária, a nova regra fiscal do governo e a reformulação do Bolsa Família.
Em uma rede social, Lira disse que o grupo serve para “somar, não confrontar” (veja abaixo).
– O bloco é a demonstração de compromisso e responsabilidade com o país. Vamos somar, não confrontar. Atuar juntos na construção de políticas em prol da sociedade. Respeitando as opiniões e a diversidade. Esse é o melhor caminho para apreciação dos projetos importantes para o país – disse o presidente da Casa, que é aliado próximo de Elmar.
Articulação
A formação é considerada uma resposta ao bloco formado por MDB, PSD, Republicanos e Podemos, em março, com 142 deputados. A formação do “superbloco” é estratégica para a manutenção da influência de Arthur Lira no Legislativo.
A articulação de Lira acontece auindem um momento em que o presidente da Câmara está há cerca de dois meses em uma queda de braço com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a retomada das comissões mistas do Congresso.