Inaugurou-se nos porões do condomínio governista uma discreta disputa pela cadeira de ministro dos Transportes. Insinuam-se o PMDB e o PT.
Mantido no cargo por Dilma Rousseff, o ministro Alfredo Nascimento, do PR, é tratado como uma exoneração esperando para acontecer.
Embora incipiente, o movimento vem acompanhado de dois nomes. Pelo PMDB, o senador Eduardo Braga (AM). Pelo PT, o engenheiro Hideraldo Caron (RS).
Ex governador do Amazonas, Braga é adversário do também senador Nascimento na política estadual.
No início da gestão Dilma, Braga foi sondado para ocupar a pasta da Previdência. Refugou.
Disse na ocasião que topava integrar a Esplanada, mas queria o Ministério dos Transportes. Não foi atendido.
No rateio esboçado na transição que precedeu a posse de Dilma, o setor de Transportes estava reservado ao PR.
Nomeado sob Lula, Nascimento licenciara-se do cargo para pleitear, no ano passado, o governo do Amazonas.
Derrotado, foi reacomodado por Dilma na poltrona de ministro dos Transportes, com o aval de Lula.
Hideraldo Caron, o “ministeriável” do PT, ocupa atualmente o cargo de diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit.
Militante do petismo gaúcho, Caron é velho conhecido de Dilma. Os dois coabitaram o governo de Olívio Dutra.
Sob Dutra, Caron foi diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado. Dilma era secretária estadual de Minas e Energia.
Informado sobre a cobiça dos aliados, o Planalto leva o pé à porta. Um auxiliar de Dilma disse ao repórter:
“Nas mais recentes trocas, a presidenta deu demonstrações de que não escolhe ministros guiada por pressões. Tem gente que ainda não entendeu isso”.
Referia-se às nomeações de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil e de Ideli Salvatti para a coordenação política do Planalto.
Blog do Josias de Souza