O presidente da República, Michel Temer, aproveitou o anúncio das novas regras para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) nesta quinta-feira (6/7), para fazer críticas às pessoas que, segundo ele, tentariam “desarmonizar os poderes do Estado”. Ontem, quinta-feira (06), quem novamente criticou o governo peemedebista, foi o Senador paraibano Cássio Cunha Lima (PSDB) que até pouco tempo rasgava elogios ao aliado Temer.
“Falar que educação é o caminho para reduzir a desigualdade é uma obviedade que precisa ser dita. Aliás, no Brasil, precisamos dizer obviedades em todas as áreas, até na jurídica”, começou. “As pessoas às vezes entram em disputas e tentam desarmonizar poderes do Estado. Isso só passa pela cabeça de quem acha que autoridade vem de uma centelha divina”, disse. E continuou: “Somos autoridades transitórias e temos que respeitar Constituição e a determinação do povo”, completou, sem citar a quem estava atacando.
Temer disse ainda pregar a pacificação social e harmonia entre os órgão do poder. Para o presidente, o Estado Democrático de Direito não pode ser só uma palavra, deve ser uma realidade. “Agimos em harmonia com o Poder Legislativo e respeito à jurisdição, que tem que ser obedecida por todos os órgãos do poder”, repetiu.
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou nesta quarta-feira (5/7), que a posição do partido “é cada vez mais clara” pela saída do governo do presidente Michel Temer. “O posicionamento é pelo desembarque, não é de oposição”, disse o parlamentar, que já se manifestava a favor de a sigla deixar o governo, mas defendendo a manutenção do apoio às reformas econômicas.
No grupo pró-desembarque, Tasso conta com o apoio dos senadores Cássio Cunha Lima (PB), Ricardo Ferraço (ES), Dalírio Beber (SC), Eduardo Amorim (SE) e Flexa Ribeiro (PA). O senador Antonio Anastasia (MG) já sinalizou que também pode acompanhá-los.
Para Cássio, o relator da denúncia contra Temer, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), demonstrou que poderá se manifestar pela aceitação do pedido. “A manifestação, sobretudo do relator, do pedido de denúncia na Câmara será de fundamental importância. Se o relator entender que o processo deve seguir, é porque o presidente perdeu o apoio até do seu partido”, avaliou o senador
Essa semana Cássio, disse a imprensa também que Temer atualmente só governa para 200 pessoas. “O país tem pouco mais de 200 milhões brasileiros, hoje, Temer governa para apenas para 200 deles”, critica Cássio. Para livrar-se da acusação de Rodrigo Janot e evitar o afastamento do mandato, o presidente precisa dos votos de 171 deputados.
Redação
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