O deputado estadual Trócolli Júnior (PMDB) vai solicitar, nesta terça-feira (07), na Assembleia Legislativa, o adiamento da campanha de vacinação contra febre aftosa na Paraíba, iniciada no último dia 4. A dilatação do prazo se faz necessária, segundo o parlamentar, porque a seca que assola o estado deixou o gado, em sua maioria, debilitado. Enfraquecido, o rebanho pode não suportar os efeitos da vacina e morrer.
Os estados de Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco e Ceará já conseguiram, junto ao Ministério da Agricultura, adiar para junho a campanha de vacinação da febre aftosa por também terem sido afetados pela seca e estarem enfrentando os mesmos problemas da Paraíba, que já perdeu cerca de 50% do rebanho por conta da seca e pode perder os outros 50% devido a reação da vacina.
“Na Paraíba o rebanho está muito debilitado e esse gado não vai resistir porque essa vacina tem um efeito muito forte. Como o gado está muito debilitado essa vacinação pode levá-los a óbito provocando um prejuízo ainda maior aos produtores que já estão prejudicados por conta dos efeitos da seca”, ressaltou Trócolli que tem recebido inúmeras queixas de produtores.
Com medo, produtores podem deixar de vacinar
Com medo que o gado venha a morrer, os produtores podem tomar atitudes que levem o Estado a ter consequências desastrosas, conforme informaram vários deles ao deputado Trócolli Júnior.
É que, após o fim da campanha, os criadores são obrigados a prestar contas sobre o número de vacinas que foram aplicadas. Para cumprir a determinação do Ministério da Agricultura eles podem vir a jogar a vacina fora mesmo sem aplicá-la no rebanho apenas para informar os dados exigidos.
A consequência dessa medida pode ser um surto de aftosa, já que o rebanho não viria a ser vacinado pelos seus produtores que temem perder o resto de gado de lhe sobraram.
Para evitar que isso ocorra, Trócolli Júnior vai dar entrada em um requerimento na Assembleia Legislativa pedindo que, a exemplo do que aconteceu em outros estados nordestinos, a campanha seja adiada para junho. “Eu vou apresentar esse requerimento porque outros estados já tomaram essa providência e é necessário que a Paraíba também siga esse exemplo, do contrário vamos perder os 50% de gado que restaram aos produtores”, enfatizou o deputado.
Campanha na Paraíba
A primeira etapa da campanha, que se estende até o dia 31 deste mês, foi lançada no último sábado (4), pela Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, na Fazenda Serrote Agudo, no município de Catingueira. A meta da Defesa Agropecuária é vacinar 100% do rebanho do Estado, estimado em 1,1 milhão de cabeças de gado em 100 mil propriedades, conforme números da campanha do ano passado.
Assessoria
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