Desta vez, a ópera começa pelo seu último ato, ou seja, o resumo: o pior que poderia acontecer ao projeto político-administrativo do PSB seria um rompimento entre o governador João Azevêdo e o seu criador político, o jaguaribense Ricardo Vieira Coutinho. Vê-los brigados é tudo o que a combalida oposição quer, na esperança de se recompor de um baque histórico sofrido nas eleições de 2018.
É oportuno lembrar, propósito, que a Prefeitura de João Pessoa foi entregue de mão beijada a então emergente liderança Luciano Cartaxo, que fazia oposição aos girassois. Naquele tempo, Ricardo Coutinho insatisfeito com algumas atitudes do então prefeito seu aliado (e da mesma forma cria política), Luciano Agra, possibilitou o rompimento. Na seqüência, se juntaram os dois Lucianos, o Agra e o Cartaxo, e na eleição seguinte, tiraram a Prefeitura das mãos dos girassóis.
A história, claro, pode repetir-se se, por ventura, João e Ricardo, por quaisquer razões, rompam politicamente.
A possibilidade de um rompimento, na verdade, é muitíssimo menos provável do que a oposição tenta convencer. De qualquer maneira, cabe aqui o velho ditado: “onde há fumaça há fogo”. Com a experiência vivida na eleição para Prefeito de João Pessoa, em 2012, quando a candidata girassol Estelizabel Bezerra ficou em 3º lugar, e no 2º turno Luciano Cartaxo venceu Cícero Lucena (PSDB), é razoável imaginar que Ricardo Coutinho e João Azevêdo não voltem a incorrer em outro grande equívoco que só à oposição interessa.
Pensando no bem do girassol, o mais prudente seria Ricardo e João permanecerem cada vez mais unidos. Mas para tanto, será preciso que RC entenda que João só conseguirá tocar o projeto com êxito se tiver autonomia para governar e sem amarras como as que Ricardo tentou colocar em Luciano Agra e deu no que deu.
No contexto atual, ainda há um agravante: o governo girassol vive um inferno astral graças ao cerco incendiário da Operação Calvário, que pegou de cheio o seu núcleo mais poderoso, o que não aconteceu por ocasião do rompimento de Ricardo com Agra.
Agora imagine: num eventual rompimento, a oposição ter um João Azevêdo como aliado, sendo ele uma liderança emergente, governador do Estado, com uma Parker 51 dourada e um tinteiro pela boca. Seria, inevitavelmente, a ressurreição dessa oposição que foi humilhada como nunca se viu na história das eleições na Paraíba.
Que feio
Foi muito ruim para a imagem do Tribunal de Contas da Paraíba, as buscas e apreensões feitas pela Polícia Federal, logo cedinho desta quarta-feira (22), como parte da Operação Xeque-mate, no Gabinete do conselheiro Fernando Catão. Afinal, ficou parecendo aquela coisa da “raposa tomando conta do galinheiro”…
Teste
Nos próximos dias, entrarão em pauta na Assembléia Legislativa matérias cujas votações permitirão calcular o verdadeiro tamanho e a fidelidade da base aliada do governo, na Casa de Epitácio Pessoa. Por exemplo: o requerimento de autoria do deputado de oposição, Ranyere Paulino, propondo uma Audiência Pública para discutir o corte de verbas, pelo Governo do Estado, na UEPB, semelhante ao que está tentado fazer Jair Bolsonaro nas Universidades Federais e Institutos de Educação. Outra pauta é a fusão das Secretarias de Finanças e Receitas, que implicará no fechamento de Coletorias Estaduais.
Wellington Farias
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