Categorias: Política

Veneziano: o tempo dirá

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A resposta de Veneziano Vital do Rêgo, na coletiva à imprensa hoje pela manhã, sobre sua saída ou não da Prefeitura para disputar uma vaga ao Senado, ou o já rechaçado espaço de candidato a vice, não trouxe surpresas.

Para esse “não saio”, Veneziano nem precisava ter convocado coletiva. Bastava um informe simples e curto. Mas, sujeito que pondera o futuro, quis fazer uso do presente para ter seu “dia do fico”, naquilo que fica para a História de nossa ardorosa política como mais um evento nos desdobramentos das eleições de outubro, e ainda será uma ilustração a mais na biografia do sobrinho-neto de Argemiro de Figueiredo.

Alguns lembram que Veneziano pode vir a arrepender-se por ter abdicado do agora, de olho no futuro, tempo sempre imponderável. É, de fato, uma possibilidade, afinal, como diz a canção “como será o amanhã? responda quem puder”.

Mas, justamente pelo mesmo fator imponderável, quem se guia com o olhar demasiado perdido no horizonte do amanhã, tropeça no hoje. O porvir, se vier, dará conta de si mesmo – “Basta a cada dia o seu mal”. Avaliar as possibilidades futuras é sobremodo importante, mas, de qualquer jeito, é tempo sempre incerto, cabendo a cada um responder por aquilo que pode, efetivamente, no presente.

Veneziano ponderou esse futuro e julgou que a decisão mais acertada a tomar hoje era a de ficar. Pois bem, ficou. Ficou porque o Senado é algo para quando os cabelos começarem a rarear, não é seu projeto prioritário. Ficou porque não encontrou lógica no ato de deixar a Prefeitura, reconquistada a duras penas (lembremos a campanha de 2008), para lançar-se a uma disputa renhida por um cargo que não é seu plano maior.

Ficou porque, se agora cedesse aos convites de Maranhão e, suprimindo sua personalidade, aceitasse o papel de candidato a coadjuvante, alimentaria para a História as suspeitas, já tão amplamente ventiladas – sejam ou não verdadeiras –, de que cedeu por medo de retaliações, pelo receio de contrapor-se aos gostos de Zé.

Ao invés, preferiu reafirmar-se dono de si. Quem quer ser líder precisa saber desgostar, dizer “não”. E aguentar as consequências que virão. Se Maranhão perder a disputa de outubro, não vai deixar de culpá-lo. Se for eleito, ninguém duvide que poderá retribuir esse “não” em 2014.

Mas, quem quer ser líder precisa ter coragem.

Terá Veneziano acertado em sua decisão? Pessoalmente, creio que sim. Porém, essa resposta não é para agora. Deixemos esse dia ecoar nos dias vindouros, o futuro virar presente, o presente virar passado. Quem viver, verá. Até lá. Até amanhã!
 

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