O líder da bancada de oposição na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), vereador Lucas de Brito (DEM), apresentou, durante a sessão desta quinta-feira (13), dados sobre os investimentos feitos pela gestão municipal em festas na cidade em detrimento das ações culturais prometidas pelo prefeito Luciano Cartaxo (PT), ainda durante sua campanha eleitoral.
O parlamentar vem recebendo queixas do setor cultural da cidade em relação à ausência de projetos que estimulem o desenvolvimento da área. Entre os exemplos, Lucas citou que a Capital paraibana continua sem possuir uma biblioteca pública ou um espaço destinado para exposições do acervo fotográfico local. Também não foi construído o cinema de rua, embora o prefeito tenha assumido o compromisso de executá-lo.
“O prefeito faz questão de propagar que investe em cultura, o que não é verdade. A Funjope (Fundação Cultural de João Pessoa) se transformou numa grande agência de promoção de eventos, e cultura não é promoção de eventos”, desabafou o democrata. O líder da oposição estima que entre 70% e 80% dos recursos trabalhados pela Funjope são para a realização das festividades.
O vereador também levantou suspeita sobre os valores gastos em pagamentos de serviços executados nos eventos promovidos pela PMJP. Como exemplo, citou o pagamento do cachê para a banda “Sambô”, no valor de R$ 320 mil, para se apresentar na festa da virada de ano em João Pessoa, enquanto artistas consagrados como Milton Nascimento (R$ 115 mil) e Gilberto Gil (R$ 130 mil) receberam muito abaixo do cobrado pelo grupo.
“É um superfaturamento que salta aos olhos. O Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Câmara Municipal não podem ficar de braços cruzados”, analisou.
Outros números que chamaram a atenção do oposicionista foi o pagamento de R$ 1,8 milhão à empresa HWJ para montagem e desmontagem de palcos, e outros R$ 781 mil com o espetáculo de Natal, em 2013.
“A cidade não teve nenhum seminário para discutir a questão cultural em 2013, não participou da Conferência Estadual da Cultura e também não lançou o edital Walfredo Rodrigues para destinar recursos públicos para a área cinematográfica, mas gastou milhões com pão e circo”.
Redação com Ascom