O senador Vital do Rêgo (PMDB), presidente da CPI do Cachoeira e corregedor do Senado, disse ontem que fará uma investigação no próprio gabinete sobre Maria Eduarda Lucena dos Santos, a funcionária-fantasma do senador que se diz coautora do hit "Ai se Eu te Pego", cantado por Michel Teló.
Como a Folha revelou, o pai dela diz que usa o cargo da filha para dividir o dinheiro com outros dois colegas jornalistas que fazem assessoria de imprensa de Vital.
Ontem o senador disse que pediu uma sindicância interna no seu gabinete para apurar a frequência de Maria Eduarda, que está lotada no escritório do senador na Paraíba e não bate ponto.
"Eu tomei a providência cabível, abri uma sindicância interna, liguei para o meu gabinete, pedi as providências. Fui informado de que a funcionária presta o serviço regular, e eles estão tomando as providências na Paraíba."
Segundo ele, em "três ou quatro dias terá o retrato sobre a presença dela. Por enquanto, está tudo absolutamente regular", disse o senador e corregedor do Senado.
Ontem, integrantes da CPI desistiram de cobrar explicações do presidente da comissão para evitar constrangê-lo no dia do depoimento do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Mas prometem, na reunião de amanhã, pedir que Vital do Rêgo explique a contratação da funcionária.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que a CPI não podia "demonstrar fragilidade diante do chefe da organização contraventora" e por isso não fez questionamentos ao presidente da CPI.
"É uma questão que precisa de rápida, urgente e inevitável explicação", disse.
Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), a CPI tem que ouvir as explicações de Vital do Rêgo, mas cabe ao setor administrativo do Senado cobrar providências sobre os funcionários-fantasmas.
O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), disse por meio da assessoria que "cada senador é uma instituição e responde pelos seus atos".
À Folha Maria Eduarda disse que quem poderia responder sobre suas funções no gabinete era seu pai, Adelson Barbosa. Segundo ele, o senador sugeriu colocar uma pessoa em seu gabinete para receber o dinheiro e dividir com dois colegas jornalistas.
Ontem, o senador disse que "acha que ele [Adelson] informou equivocadamente".
FOLHA e JN
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