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Anvisa discute hoje proibição de remédios para emagrecer

Técnicos da Agência voltaram atrás na semana passada e decidiram recomendar a manutenção da sibutramina

BRASÍLIA – Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vão discutir nesta quarta-feira, 31, a proposta de proibição do uso de emagrecedores no país, segundo informou a assessoria de imprensa da agência reguladora. Será avaliado o parecer técnico da agência sobre o assunto. O documento não foi divulgado. De acordo com a assessoria, a reunião será fechada.

Nos últimos meses, a Anvisa manteve posição favorável à retirada dos emagrecedores à base de sibutramina e anfetamina (anfepramona, femproporex e mazindol) do mercado. A agência argumentava que benefícios proporcionados pelas substâncias não compensam os riscos à saúde do paciente, que vão de problemas cardíacos a alterações do sistema nervoso central.

No entanto, depois de seis meses de debate, técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltaram atrás na semana passada e decidiram recomendar a manutenção da sibutramina, remédio usado para emagrecimento, no mercado brasileiro. A equipe manteve a decisão de indicar a proibição apenas das drogas dietilpropiona, femproporex e mazindol.

O documento propõe que a sibutramina continue no mercado, desde que sejam respeitadas algumas condições: a droga não pode ser prescrita por um período superior a 60 dias, o paciente tem de ter índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 e ele também terá de assinar um documento em que confirma estar ciente de todos os riscos.

A nova versão do relatório foi apresentada para diretores da agência, a quem cabe decidir o destino dos emagrecedores no País. Pela praxe, a diretoria colegiada – formada pelos quatro diretores da Anvisa – segue a recomendação do relatório técnico.

As entidades que representam a classe médica são contrários à proibição do uso dos remédios. Em nota divulgada no mês passado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) defendeu que a proibição dos inibidores de apetite reduz as possibilidades de tratamento de pacientes obesos. A categoria defende que a Anvisa torne mais rigorosa a prescrição e a venda desse tipo de medicamento, mas não baní-los do mercado. Caso a agência reguladora decida banir os emagrecedores, o CFM ameaça recorrer à Justiça para manter os remédios no mercado.

 

Estadão

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