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Biomédico da PB revela detalhes de primeira vacina 100% brasileira; testes em humanos vão começar

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Esperança, alívio, saúde, vida, e perspectiva de um novo futuro. A vacina contra a Covid-19 se tornou um dos assuntos mais falados no mundo.  Considerada a medida mais eficaz para barrar o vírus, a vacina se tornou obsessão.  Quem já tomou pelo menos uma das doses,  se emocionou.

Em meio a uma crise sanitária sem precedentes, nunca podíamos imaginar que em pouco mais de um ano e meio após a descoberta do primeiro caso do novo coronavírus, o brasileiro estaria íntimo e familiarizado com diversos imunizantes, produzidos por diferentes laboratórios. CoronaVac, AstraZeneca, Sputnik V, Pfizer e Janssen. Pelo menos quatro desses imunizantes, estão sendo aplicados na população brasileira, com autorização da Anvisa, e já vacinaram mais de 37%  da população com a primeira dose, e mais de 13% com as duas doses. Um esforço  da ciência e do SUS.  

A corrida da ciência para impedir a progressão do Covid-19, neutralizando inclusive, as novas variantes, não para. Muito em breve, o Brasil poderá ter uma vacina 100% brasileira. Para orgulho dos paraibanos, quem gerencia esse ousado projeto que tem mais de 42 cientistas envolvidos é um pesquisador de Sousa no Sertão paraibano, formado pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

O biomédico paraibano Roberto Carlos Júnior, conversou com o PB Agora e falou da emoção e alegria de liderar uma equipe de cientistas que está desenvolvendo a vacina contra a covid-19 em spray e 100% brasileira. O projeto está a passos largos.

Residindo atualmente em São Paulo, o pesquisador Roberto Carlos que integrou o Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) UEPB, foi o único paraibano escolhido para gerenciar o projeto (Project Manager) visando o“Desenvolvimento de vacina para SARS-CoV-2 utilizando VLPs”. O projeto é liderado pelo professor Jorge Kalil, um dos principais pesquisadores do mundo, e respeitado cientista, que já foi diretor do Instituto Butantan, centro de pesquisas biológicas situado em São Paulo e é o responsável pela pesquisa sobre coronavírus no Brasil.

Em um vídeo gravado essa semana, Roberto Carlos explicou que a vacina brasileira tem um outro método, diferente das aplicadas no Brasil atualmente.  No entanto, a eficácia é a mesma.

Ele contou que a equipe envolvida na pesquisa, está trabalhando com uma tecnologia extremamente inovadora, que possibilita o desenvolvimento da vacina intranasal por spray.
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Essa vacina possui nanopartículas que vão começar  dando a imunidade na  mucosa das pessoas. O biomédico paraibano explica que esse método  pretende não apenas tratar do coronavírus dentro do corpo, mas bloqueá-lo já na entrada.

O biomédico enfatiza  a aplicação por spray no nariz, ajuda a reduzir ainda mais a contaminação. Segundo o cientista, por ser intranasal, a vacina brasileira causa uma imunidade de mucosa”.

Dando certo, conforme explica o paraibano, esse método  pretende não apenas tratar do coronavírus dentro do corpo, como as vacinas injetadas, mas bloqueá-lo já na entrada. Isso porque, mesmo sem ficar doente, uma pessoa pode transmitir o vírus que fica lá no nariz pelo espirro.

Conforme explicou o biomédico paraibano, a aplicação por spray no nariz, ajuda a reduzir ainda mais a contaminação. Segundo ele, por ser intranasal, a vacina brasileira causa uma imunidade de mucosa”.

“Por que essa forma intranasal da vacina? Porque ela já vai começar a proteger neutralizando os receptores do vírus que a gente tem na mucosa do nosso nariz.  Isso é uma tecnologia extremamente nova em que a gente está apostando . Estamos bem avançados nesse projeto. Esse é um grande diferencial” explicou.

Ele observou que com esse método, além de não pegar a doença, e não adquirir a patologia da Covid-19, a pessoa não corre mais o risco de transmitir o vírus, porque os receptores vão ser neutralizados.

“No nariz, a gente pode vir a ter receptores do vírus. Você não tem mais a doença, mas os receptores continuam lá. Quando você espirra, libera gotículas no ar e pode contaminar outra pessoa. Então, se você tem uma vacina que neutraliza esses receptores, então o vírus não vai se ligar a eles. Você nem tem mais a doença, nem transmite”, diz o pesquisador.

O projeto está em fase final de testes em animais de médio e grande porte, e os resultados têm surpreendido a equipe.  Roberto Carlos garantiu que os testes da vacina em animais estão adiantados, e a perspectiva é que ainda este ano, a vacina 100% brasileira, seja aprovada pela Anvisa e comece a ser aplicada na população.

“Nós estamos finalizado toda essa análise. Realmente, nós teremos uma vacina nossa. Uma vacina brasileira, o que é importante. Nós estamos vendo o respaldo e a importância que a ciência nos dá” disse.

Testes apontam para eficácia de imunizante brasileiro

O cientista garantiu que a exemplo das demais vacinas de diversos laboratórios, que estão sendo aplicadas no mundo contra a Covid, a futura vacina brasileira terá eficácia acima de 90%. Segundo ele, todos os testes feitos nos animais, garantiram a eficiência do projeto.

“Estamos empolgados e confiantes de que em breve, a vacina 100% estará à disposição da população. Para mim, é uma honra fazer parte desse projeto em um momento tão delicado da história da humanidade” disse o pesquisador.

Próxima fase será testes em humanos
O cientista revelou que a próxima etapa do projeto, será partir para testes em humanos. Conforme recomenda a Anvisa, os testes serão feitos inicialmente, numa pequena quantidade de pessoas. Só a partir dos primeiros testes, dependendo das respostas, é que a equipe de cientistas gerenciada pelo paraibano, partirá para os testes finais em uma maior quantidade de humanos. A perspectiva é que até o final do ano, cerca de 10 mil pessoas ,participem das análises clínicas com o novo imunizante.

Iniciado há pouco mais de um ano, o projeto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP junto ao Incor (Instituto do Coração) está “utilizando a plataforma de vacinas baseadas em partículas vírus símile (virus like particles, ou VLP) conjugando sequências peptídicas do SARS-CoV-2 aos Q²VLPs e VP1VLPs da proteína Spike utilizando-os como mecanismo de entrega de antígenos peptídicos aos componentes celulares do sistema imunológico. O projeto foi rapidamente adaptado..

Os insumos brasileiros vão baratear o valor da vacina

Ao contrário da CoronaVac, que é produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, a vacina em desenvolvimento na USP é 100% brasileira. Por isso, já são reduzidas as possibilidades de um entrave diplomático, como aconteceu em relação à China, ou da Índia, cujo entrave burocráticos e conflitos com o governo federal atrasaram o envio das doses da AstraZeneca.
Roberto Carlos observou que a vacina brasileira vai usar alguns insumos do exterior e alguns nacionais,  o que permite aos pesquisadores fazerem uma melhor análise de qual o melhor insumo a utilizar.

A perspectiva é que a vacina brasileira a ser disponibilizada à população pelo  Sistema Único de Saúde (SUS), seja comercializada em preço em conta no mercado.

Ele garantiu que todos os pesquisadores envolvidos no projeto, estão conseguindo manter um ótimo relacionamento com os órgãos regulatórios, junto às empresas. Isso está ajudando no andar do desenvolvimento da vacina.

A pesquisa também já está de olho nas variações do coronavírus, que começaram a aparecer na Inglaterra, na África do Sul e no Brasil (em Manaus).

 “A gente também começou o mapeamento das estruturas que compõem as variantes que estavam acontecendo em outros países e em Manaus”, confirma. “Estamos analisando para que nossa vacina seja mais completa”.

Vacina ainda não tem nome

Após estudos, testes e muita análise de dados, a pesquisa entrou em uma nova fase e já é uma realidade. O paraibano disse que os pesquisadores ainda não definiram o nome da vacina brasileira, o que deve acontecer em breve.
Apesar de não projetar uma data exata para a aplicação das primeiras doses na população, ele disse que a pesquisa está bem próxima do resultado final. Segundo ele, o nome da vacina está em análise no Instituto Nacional de Pesquisa.

“O que posso adiantar é que a vacina é uma realidade. Não podemos estipular uma data, mas acredito que brevemente estaremos divulgando quando teremos a vacina” disse.

Ao falar sobre as vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil, ele garantiu que todas são eficazes. Para o biomédico, a ciência tem dado uma enorme contribuição ao mundo em uma das piores crises sanitárias da história.

Ele destacou o esforço dos cientistas do mundo inteiro, que se desdobraram para produzir vacinas em tempo recorde, conforme apelo da própria Organização Mundial da Saúde (OMS).
Roberto Carlos disse que a vacina representa esperança e alívio e que a população não precisa escolher o imunizante de laboratório A ou B.  Como pesquisador, ele garantiu que todas elas têm eficácia comprovada pela ciência.

O biomédico paraibano enfatizou que a vacina brasileira pode entrar no mercado para ser usada como reforço no enfrentamento da Covid-19,  bem como, para ser aplicada nas pessoas que ainda não foram imunizadas.

“Então nós teremos esse duplo uso. Nesse momento é importante conscientizar todas as pessoas que estão diante da campanha de imunização.

Roberto Carlos enfatizou que a vacina representa esperança e alívio e que a população não precisa escolher o imunizante de laboratório A ou B.  Como pesquisador, ele garantiu que todas elas têm eficácia comprovada pela ciência,

“Não existe isso de escolher vacina. Estamos precisando de vacina. A gente escolhe um carro para comprar. Com a vacina não. Principalmente porque estamos numa situação pandêmica. A melhor vacina vai ser aquela que está disponível no seu braço. Um abraço cheio de esperança para todos “, apelou o cientista.

Severino Lopes
PB Agora

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