Em muitas famílias, os avós são tratados com carinho e atenção. Muitos exercem participação significativa na vida familiar e, principalmente, na vida dos netos. Essa relação é benéfica, pois estudo do instituto sobre o envelhecimento, da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, mostrou que o apoio emocional compartilhado por avós e netos melhora a saúde psicológica e que o vínculo pode afastar sentimentos de depressão e invalidade. Ao avaliar esse estudo os psicólogos Aldir Pereira e Débora Nogueira, destacam o quão fundamental é essa relação para uma boa a saúde mental dos avós.
“Os avós meio que já chegaram no cumprimento da missão deles de ser cidadão, casar, ter seus filhos, lutar para criar, educar os filhos e meio que vai chegando no final da vida. É como se a chegada dos netos trouxesse uma nova dinâmica, uma nova conexão. Uma nova geração que pode também trazer ideias novas para eles, um conhecimento novo”, disse Aldir Pereira, ao destacar ainda que a rotina é modificada e se estabelece uma nova dinâmica quando, por exemplo, os avós ajudam na criação, dão uma carona, levam para passear, colocam os netos no colo. “Isso vai afastando sentimentos de depressão e de invalidade, porque o idoso é assim, quando se aposenta, meio que dá aquela tristeza, se sentindo um inválido e os netos podem trazer essa nova vida, esse novo sentido”, comenta.
Outro ponto que merece destaque na pesquisa é o fato de o convívio com os netos tornar os idosos mais ativos fisicamente. O simples ato de brincar com os netos pode se tornar um exercício físico, de saúde mental, de memória e algumas vezes eles ficam muito parados. Os netos podem trazer esse novo movimento. Eu vejo muito essa ajuda não só na mente, mas também no corpo e trabalhando aspectos cognitivos”, disse o psicólogo.
“É uma relação em que ambos saem ganhando. De um lado, a criança recebe atenção e acolhimento dos avós, enquanto isso eles têm a oportunidade de acompanharem a nova geração da família, reviver experiências que proporcionam alegria, bem-estar e reduzem sentimentos de solidão e desânimo”, afirma Débora Nogueira.
A especialista explica que essa interação é o ponto-chave para a família ajudar a evitar doenças psicológicas nos idosos. “Envolvê-los nas atividades, brincadeiras e eventos de casa, proporcionar momentos para que se sintam úteis e possam contar suas experiências de vida, promover o resgate da sua identidade, são maneiras de ajudar nesse processo”, diz a psicóloga.
Da Redação
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