O novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (20), aponta que o Brasil tem 3.893 casos de microcefalia associada ao zika vírus, 363 a mais do que na última semana quando o último balanço foi anunciado. O número mostra uma alta de 10%, e também que a cada uma hora, duas novas ocorrências são registradas no País. Os dados, que foram computados até o último sábado (16), traduzem o quão alarmante é a doença e como os brasileiros precisam se cuidar em relação ao Aedes aegypti, mosquito transmissor também da dengue e da febre chikungunya.
Do total de casos notificados, 3.381 ainda estão em investigação em laboratórios. Apresentaram alterações atípicas nos exames 224 ocorrências, ou seja, quando se sugere fortemente a infecção de zika durante a gestação, e outros 282 casos foram descartados. O Ministério confirma 49 óbitos por malformação congênita, sendo que cinco casos são de infecção por zika – quatro no Rio Grande do Norte e um no Ceará. Há uma outra sexta notificação de morte no interior em Minas Gerais, mas ainda não há detalhes sobre o caso.
Pernambuco ainda é o Estado com mais casos notificados da doença causada pelo vírus – 1.306, 70 a mais do que na outra semana (quando os dados eram computados até o dia 9 de janeiro), o que representa 33% do total em todo o País. A seguir vem a Paraíba, com 665 casos, Bahia (496), Ceará (216), RIo Grande do Norte (188), Sergipe (164), Alagoas (158), Mato Grosso (134) e Rio de Janeiro (122).
Apesar do crescimento, ocorrências na região Sul do Brasil, que tem apenas um caso confirmado segundo a pasta, ainda são pequenas em comparação com o Nordeste, que possui 3.402 ocorrências. A região Sudeste tem 240 notificações, enquanto a Centro-Oeste tem 161 e a Norte, 89.
A circulação do vírus está espalhada em 20 Estados do País: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins. O Distrito Federal também tem casos de zika vírus autóctone, ou seja, com transmissão dentro do Estado.
Atualmente, a circulação do zika vírus é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente por avaliação médica.
“Não deixar o mosquito nascer significa não deixar a curva da doença subir”, declarou Claudio Maierovich, diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira. “A participação da sociedade é fundamental para eliminar os criadouros do mosquito.”
IG
Foto: Edmar Melo JC Imagem
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