Na Paraíba, são diagnosticados cerca de 1,2 mil casos de tuberculose por ano. Principal sintoma é tosse persistente por mais de duas semanas.
Em tempos de covid-19, as síndromes respiratórias têm levantado o alerta da população ao menor indício de sintoma gripal. Uma delas é a tuberculose, doença infectocontagiosa em que se registravam os maiores números de mortes de indivíduos, antes do surgimento do vírus SARS-CoV-2. No mês em que é lembrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), o pneumologista Agostinho Neto, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh), informa que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar sequelas crônicas e a morte.
A tuberculose (TB) é uma infecção bacteriana grave, provocada pela microbactéria Mycobacterium tuberculosis, ou Bacilo de Kock, que atinge diretamente o pulmão e, dependendo da forma, também pode se instalar em outros órgãos, como ossos, sistema nervoso e intestinos. Embora não seja nova, a doença ainda é um problema de saúde pública mundial.
Segundo Agostinho Neto, o principal sintoma é tosse persistente por um período acima de duas semanas. Também são sinais muito comuns febre registrada no período da tarde e perda de peso. “A tuberculose é uma doença de evolução mais lenta, que começa a ser uma suspeita diagnóstica após duas ou mais semanas de tosse. A doença pode progredir por semanas ou meses. Já a covid é uma doença aguda, que evolui rapidamente para a cura ou agravamento, em duas a três semanas, e tem como grande marcador de gravidade a falta de ar”, explicou o pneumologista.
Antes do surgimento da covid-19, a tuberculose era a infecção respiratória que mais matava em todo o mundo. Mesmo que a maioria das pessoas acredite se tratar de uma doença do passado, a TB está presente e ainda é responsável por cerca de cinco mil mortes por ano no Brasil. Na Paraíba, são registrados entre 1.100 e 1.200 casos de tuberculose por ano, com cerca de 70 mortes anuais. A estimativa é de que cerca de 4 milhões de indivíduos morrem anualmente por infecções do trato respiratório inferior, e considera-se que aproximadamente 1,4 milhões morrem unicamente devido à tuberculose.
Como pode provocar sequelas pulmonares crônicas e até mesmo a morte, o pneumologista alerta que é importante o diagnóstico precoce e o tratamento correto pelo período necessário (que chega a seis meses), conforme orientação médica. O tratamento é gratuito pelo Sistema Único de Saúde. Na maioria das vezes, a medicação utilizada é um composto de quatro drogas: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.
O Ambulatório de Pneumologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley atende pacientes regulados pela rede de atenção à saúde e tem um papel importante na investigação de alguns casos específicos de tuberculose. No entanto, a referência estadual é o Hospital Clementino Fraga. A enfermeira Joyce Abrantes, do Ambulatório de Pneumologia, explica que todos os casos novos devem ser notificados à Vigilância Epidemiológica, pois a doença é de notificação compulsória.
Como prevenir – A vacina BCG, ofertada pelo SUS e disponível nos postos de saúde, protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. O emprego de medidas de controle de infecção, muito lembradas atualmente por conta do coronavírus, também é bem-vindo para evitar a tuberculose, tais como: manter ambientes ventilados e com entrada de luz solar; proteger boca com o antebraço ou com um lenço ao tossir e espirrar; e evitar aglomerações. Não fumar também é uma das formas de prevenção.
Redação com HULW
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