Há mais de um ano atuando na linha de frente contra a covid-19, os profissionais da saúde do país estão no limite da exaustão. É o que revela um amplo levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre as Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da Covid-19. De acordo com a pesquisa, divulgada no último domingo (21), 95% desses trabalhadores tiveram suas vidas bastante alteradas de modo significativo pela pandemia do novo coronavírus. Questionada a presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB), Rayra Beserra e revela que a realidade da Paraíba não é diferente comparada ao resto do país.
Ao todo, 15.132 profissionais de nível superior, a maioria médicos e enfermeiros (81,4% do total), responderam ao questionário da Fiocruz aplicado em 2.200 municípios. Quase metade deles admitiram excesso de trabalho, com jornadas superiores a 40 horas semanais, ao longo desta que é a maior crise sanitária do Brasil em mais de 100 anos. Um elevado percentual destes trabalhadores ainda necessita de mais de um emprego para sobreviver (45%).
De acordo com Rayra Beserra, o cansaço, o medo de se contaminar e de passar o vírus para familiares é uma realidade detectada pelo Conselho, entidade que reúne 44.479 profissionais da área inscritos no estado. Vale lembrar que, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), 992 profissionais da área foram infectados pelo novo coronavírus na Paraíba e 11 vieram a óbito. “Essa situação é geral, em todo o país. Eles são heróis da linha de frente, mas são seres humanos que estão vulneráveis. Muitos ainda não foram vacinados. No Conselho, há relatos de falta de Equipamento de Proteção Individual, como luvas”, comentou a presidente do Coren.
Rayra ressaltou que a categoria está exausta e ainda não têm um piso salarial, nem carga horária aprovada por lei. “E isso implica dizer que, para sobreviver, esse trabalhador precisa conciliar mais de um emprego. Tem lugar que paga R$ 1.100 a um enfermeiro para trabalhar 40h semanais. O salário é muito variável e desconheço quem pague mais de R$ 2.500. Existe uma luta para garantir uma carga horária e salário dignos a esses profissionais que, por lei, não tem nem a definição de quantas horas eles precisam descansar no plantão”, frisou.
A ela destacou ainda que esses problemas já existiam antes da pandemia e agora se acentuaram com a crise sanitária mundial, porque falta reconhecimento das autoridades e da população. Segundo ela, quando a sociedade se aglomera e não usa máscara, gera uma sensação de desrespeito e desvalorização desse profissional, que se arrisca diariamente para dar assistência aos pacientes infectados. Rayra Beserra fez um apelo para as pessoas seguirem as normas sanitárias. “A exaustão deles é muito grande. É triste quando presenciamos pessoas sem máscara, se aglomerando, fazendo festa clandestina. É como se não valesse a pena tudo que eles estão passando pela sociedade. Quando desrespeito as orientações das autoridades em saúde, estou desdenhando desse profissional que passa horas se dedicando ao cuidado dos pacientes”, afirmou a imprensa.
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