O senador Cícero Lucena (PSDB) defendeu nesta quarta-feira (14), em reunião da Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, mais recursos para o combate e a recuperação dos dependentes de crack e outras drogas. Lucena fez um apelo para que cada parlamentar destine parte das suas emendas individuais, para instituições que cuidam da reabilitação de dependentes de drogas.
A manifestação de Cícero Lucena chamou atenção dos parlamentares. O paraibano ressaltou que ao longo dos seus cinco anos como senador da República, sempre destinou parte das suas emendas para instituições de recuperação. E citou o exemplo da Fazenda Esperança.
-Gostaria de homenagear e agradecer a todas que fazem a instituição da Fazenda Esperança, pois, o que temos instalado na Paraíba é um belíssimo exemplo. Sempre que for possível, estarei apoiando a instalação de novas Fazendas Esperança, porque sabemos do belíssimo trabalho que é realizado por aquela comunidade, defendeu.
Cícero Lucena também registrou a iniciativa do deputado estadual, Trócolli Júnior, que sugeriu a realização de um debate mais amplo da Subcomissão do Senado na Assembléia Legislativa da Paraíba. O senador relatou com tristeza e preocupação, o avançar do crack nos municípios do interior do Estado. E ilustrou com uma recente experiência pessoal no município de Patos.
– Crianças, jovens de 10, 11, 12 anos aqui, acolá um garotinho daquele chegava para mim e dizia: Ciço, me dá um dinheiro para eu comprar um pão? Cansei de ouvir esse pedido. Mas na última vez em que eu estive em Patos eu presenciei uma cena que me deixou muito triste e preocupado. Crianças que antes me pediam dinheiro para comprar um pão me pediam uma pedra. Eu fui querer saber o que era essa pedra. Era exatamente a pedra de crack, – lamentou o senador cobrando iniciativas mais firmes do Governo Federal.
O debate ganhou força durante o lançamento da oitava edição da revista ‘Em discussão!’. Uma publicação do Senado Federal que nesta edição apresenta um panorama do trabalho realizado pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e Outras Drogas.
A revista mostra que a falta de opções na rede pública de saúde para os dependentes de drogas é um desafio a ser superado e traz o dado de que cerca de dois milhões de brasileiros já devem ter experimentado o crack. Diante dos poucos leitos disponíveis, resta às famílias procurar por comunidades terapêuticas, geralmente ligadas a entidades religiosas, responsáveis por cerca de 80% das vagas para internação.
Assessoria
