Muito utilizado para distrair as crianças e aquietá-las, o smartphone pode trazer consequências negativas para o comportamento dos pequenos quando utilizado de maneira prolongada e sem critérios. O alerta é da psicóloga do Hapvida NotreDame Intermédica, Michelle Costa, que aponta consequências na socialização, no sono e até na alimentação.
“O uso indiscriminado de telas provoca a restrição e dificuldade na socialização, dificuldade de aprendizado e em brincar sozinho ou com outras crianças. Altera o sono, impacta na alimentação, pode aumentar a agressividade, dentre outros fatores”, detalha.
Um estudo global feito pela McAfee mostrou que 96% das crianças brasileiras usam smartphone – sendo a realidade brasileira 14% acima da média global (82%). Garantir que esse acesso seja saudável é desafio e responsabilidade dos pais.
De acordo com a especialista, os responsáveis precisam traçar estratégias para que a exposição aconteça sem exageros e não cause efeitos negativos. Impor limites e destinar o uso para momentos de lazer são maneiras de equilibrar a relação com o aparelho.
“Deve-se colocar o uso das telas inserido na rotina da criança, estipulando horários e encarando como uma ‘premiação’; uma consequência positiva de bons hábitos na rotina”, sugere.
Os adolescentes também são afetados por essa realidade. O estudo da McAfee apontou que 99% dos brasileiros com 17 e 18 anos usam smartphone. O índice também ultrapassou a média mundial, que traz 93% de uso para a faixa etária. Nesse grupo, saber lidar com as redes sociais pode ser difícil.
“É passado para os usuários que a vida das pessoas é perfeita, com o desfrute de bens materiais caros, fora da realidade de muitos. Isso desencadeia um processo de frustração e um desejo, por muitas vezes incontrolável, em querer ser e ter o que os outros são e têm”, detalha Michelle Costa.
Lado positivo
Apesar dos perigos, quando utilizado de maneira equilibrada, o celular pode ajudar a estimular o desenvolvimento cognitivo e social das crianças e adolescentes. A psicóloga salienta que não deve haver uma demonização dos aparelhos. “Nem todas as informações passadas são fúteis, agressivas e inadequadas. Esse canal deve ser estimulado para que se extraia o melhor para o desenvolvimento emocional e social das crianças e adolescentes”, orienta.
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