A pandemia do novo coronavírus fez aumentar o fluxo de ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV). Diariamente, eram recebidas 8 mil ligações, no país, agora passam de 11 mil. A informação é da coordenadora de Divulgação do CVV em Campina Grande, Ana Maria Bezerra, bem como do coordenador do serviço em João Pessoa, Natanael Muniz, que diz que isso se repete desde março.
Segundo Ana Maria, após o coronavírus ser decretado pandemia, o Centro mudou a rotina, e o fluxo de ligações está intenso até no horário da manhã, pois geralmente o horário com maior demanda era à noite. Entre as pessoas que ligam para o Centro estão idosos com medo da doença e jovens temerosos de perder o emprego.
“O fluxo de ligação aumentou muito e número de voluntários está reduzindo. Contamos com 120 postos de atendimento, pelo menos 4.200 voluntários no Brasil e, mesmo assim, não estamos dando conta. O CVV funciona 24 horas e temos notado que todos os horários estão recebendo muitas ligações”, comentou.
O serviço presta aconselhamento emocional e faz a escuta das pessoas que estão passando por algum problema. “A pandemia despertou ansiedade e fragilidade nas pessoas, uma sensação de vulnerabilidade e fragilidade, e o que podemos transmitir para essas pessoas é calma. Nosso intuito é oferecer o apoio emocional às pessoas que se encontram vulneráveis no momento”, disse a coordenadora de CG do CVV.
Neste sentido, Natanael Muniz lembrou que as ligações em todos os 120 postos do Brasil, das 8.292 recebidas na terça (26), 90% abordam as consequências do distanciamento. O CVV funciona com a ajuda de voluntários que, por telefone, dão apoio emocional a quem precisa. O número do CVV é 188 e a ligação, gratuita. A Paraíba dispõe de três centrais de atendimento (em João Pessoa, Campina Grande e Itaporanga), com 43 deles.
A média de ligações no país varia entre 8 mil e 8,2 mil por dia (em torno de 248 mil mensais, tomando por base março e abril). “As pessoas estão se sentindo sós e perdidas com a covid-19. Há sofrimento, insatisfação e incerteza nas falas quanto ao amanhã”, relata Ana Maria Bezerra, coordenadora de divulgação do centro em Campina Grande.
“A ansiedade pode se manifestar de várias formas diante de uma situação nova como esta. A exposição a notícias ruins pode gerar sentimentos negativos a ponto de evoluir para um quadro de transtorno emocional”, analisa a terapeuta Ana Maria Andrade de Meneses.
Redação
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