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Autismo: mães atendidas por associação de JP relatam desafios

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Nesta sexta-feira (2), é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data tem como objetivo divulgar informações, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre os direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Associação Pestalozzi João Pessoa oferece atendimento gratuito para pessoas diagnosticadas com TEA, como é o caso de Derick Maximus.

Derick tem quinze anos e foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) em 2009. Desde os primeiros meses, ele já apresentava características do autismo, mas o diagnóstico só veio aos 4 anos.

A mãe de Derick, Patrícia Maximus, relatou que o diagnóstico foi bastante difícil e que a Pestalozzi o acolheu aos 8 anos. “O diagnóstico foi uma fase de luto para mim, que tive de correr atrás de informações e ajuda para acompanhamento, para que o Derick pudesse crescer e se desenvolver bem acompanhado com as terapias. Em 2013, a Pestalozzi nos acolheu, depois de muitas buscas e lutas por atendimento em outras instituições. O Derick já com 8 anos de idade”, contou.

Por conta da falta de informações sobre o autismo, a mãe de Derick sofreu preconceito. “Passamos por muitas coisas, olhares diferentes, preconceitos até da família por não entender, compreender e ignorância sobre o assunto. Foram empecilhos para uma boa relação de ajuda. Pois, pela falta de informação, muitos dos tios faziam comparações sobre os comportamentos atípicos das crianças com comportamento típico. Creio que é uma forma, além da ignorância a não aceitação por ter um membro familiar que apresenta comportamento atípico dos padrões familiares”, explicou.

No âmbito escolar, Derick passou por várias instituições, e muitas delas, não o aceitaram por ser autista. “Derick passou por diversas escolas, muitas negando matrículas ao saber que a criança era autista. Outras não trabalharam de forma inclusiva, deixando a criança na parede só com uma folha, sem ter qualquer interação social com as demais (…) Muitas vezes vi meu filho chorando para mim, ‘mãe eu quero fazer as mesmas coisas que os meninos fazem, brincar com amigos e fazer as tarefas, mas não deixam’. Isso me partia o coração, até eu mesma tomar a decisão de ir acompanhá-lo em sala de aula. Percebi sua felicidade ao ter a oportunidade de poder acompanhar os demais realizando as atividades e até participando de seminários”, disse.

Além de Derick Maximus, Pedro Henrique Ferreira Lopes, de 16 anos, também é atendido na Pestalozzi João Pessoa. Ele foi diagnosticado com autismo moderado aos 4 anos.

Leila Carla Lima Ferreira, mãe de Pedro, relatou que desde 1 ano e 4 meses, o filho era muito quieto e um pouco agressivo com as pessoas que se aproximavam. Ela decidiu procurar um neuropediatra, que informou que Pedro não tinha nada. “Ele era muito quieto, sem reação alguma, um pouco agressivo com as pessoas que se aproximavam dele para fazer carinho. Comecei a achar estranho e o levei ao médico neuropediatra. O primeiro neuropediatra que levei falava que ele não tinha nada e que quando chegasse seu tempo ele iria evoluir. Pedro também não falava”, contou.

A primeira triagem feita com o Pedro só foi aos 4 anos. Aos 6 anos, ele começou a ter acompanhamento na Pestalozzi com fonoaudióloga, psicóloga, pedagoga e terapeuta ocupacional.

A mãe de Pedro também falou sobre as dificuldades e que aos poucos foram superadas com a ajuda da equipe multidisciplinar da Pestalozzi. “As dificuldades foram diversas, cada fase era uma dificuldade nova e desafiadora. Uma delas era a questão da falta de noção do perigo, na qual, por várias vezes, ele deixou de se machucar porque eu sempre estava em cima. Muito agressivo, não gostava que ninguém o tocasse, nem para fazer um carinho. Aos poucos, lentamente fomos conseguindo contornar todas elas com ajuda dos profissionais”, falou Leila.

Pedro Henrique aprendeu a escrever, ler e até fazer a higiene pessoal. “Ajudei meu filho tentando entendê-lo, estudando e com muita paciência. Vitórias ele também teve muitas. Uma delas foi a aquisição da leitura, escrita, hoje conseguiu fazer sua higiene pessoal sozinho e muitas outras conquistas”, disse Leila.

Dados Autismo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que há 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, sendo 2 milhões no Brasil. Uma em cada 88 crianças apresenta traços de autismo, com prevalência cinco vezes maior em meninos.

Características

As crianças com TEA apresentam dificuldade ao expressar o que sentam, pensam, além de utilizar palavras de acordo com o contexto. Também é comum a presença de atos repetitivos e muitas das crianças autistas podem apresentar hipersensibilidade com barulhos, ruídos, cores, luzes ou ambientes.

Sobre a Pestalozzi João Pessoa

A Associação oferece atendimento gratuito para pessoas diagnosticadas com TEA. A instituição está localizada na Avenida Ranieri Mazilli, 1732, no bairro do Cristo Redentor.

 

PB Agora

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