O Dia Mundial da Doação de Leite Humano é comemorado em 19 de maio e simboliza a união de esforços para proteger a vida de milhões de crianças em todo o mundo, sensibilizando e estimulando a sociedade para o ato da doação. Além disso, também há a promoção de debates sobre a importância do aleitamento materno na redução da mortalidade infantil.
Na Paraíba, o Banco de Leite Anita Cabral, que gerencia a Rede de Bancos de Leite Humano, trabalha para ampliar a doação desse insumo. As campanhas nas maternidades e facilitação do processo de doação fazem parte da rotina, durante todo ano, e são intensificadas no mês alusivo ao tema. A conscientização sobre a quantidade de leite que pode ser doada é fundamental para manter um estoque satisfatório.
A diretora do Banco de Leite Anita Cabral, Thaíse Ribeiro, destaca que é comum que as mulheres que retornam ao trabalho abandonem a amamentação do filho, pois com a falta de estímulo o leite naturalmente é produzido em menor quantidade. “Essa é uma questão amplamente debatida, e as mulheres precisam dispor de condições para amamentar seus filhos durante a jornada de trabalho, ou realizar a ordenha para continuar produzindo o leite materno em quantidade suficiente para alimentar o seu filho”.
Além da questão da amamentação direta, o leite ordenhado, se bem armazenado, pode ser doado. “Essa é a pauta que estamos trabalhando durante este mês de maio, pois a doação de leite é um pequeno gesto que pode salvar várias vidas. O leite é insubstituível e precioso. Cada gota conta!”, frisou.
Quando conheceu o valor de cada gota do seu leite, a funcionária pública Rogéria Gomes decidiu que iria doar o excesso do que ordenhava para alimentar o filho de um ano. “Eu vou trabalhar e deixo leite para ele todos os dias, mas sobrava sempre um pouquinho e eu achava que o leite que ficava era pouco para doar. Recentemente, descobri que alguns bebês começam a introdução com apenas 1 mililitro e vi que havia potencial no meu estoque”, lembra.
Todos os dias, Rogéria faz uma pausa no trabalho para ordenhar o leite e, como a demanda de seu filho diminuiu muito com a introdução alimentar, grande parte é direcionada para a doação. “Não tenho pressa em parar de amamentar. A doação de leite vai permitir que eu amamente meu filho por muito tempo e ajude outros bebês. Aconselho às outras mães que, dentro de suas possibilidades, façam o mesmo”, pontuou.
A rotina de Rogéria é parecida com a da nutricionista Kecia Freitas, mãe de Ravi. Ela trabalha no Hospital Metropolitano e, durante os plantões, realiza ordenhas para continuar estimulando a produção. “Se eu não tirar esse leite que vai se acumulando durante o dia, minha produção pode diminuir e prejudicar a amamentação do meu filho”. São aproximadamente quatro ordenhas por dia, o que resulta em um estoque de mais um litro de leite humano a cada plantão de trabalho.
“Eu ordenho o leite, armazeno na geladeira e a equipe do Banco de Leite Anita Cabral vem recolher aqui na unidade. Sei que essa quantidade pode alimentar muitas crianças e é fundamental para a recuperação delas”, afirma.
A doação de leite humano pode ser realizada em qualquer fase da amamentação, basta que a mulher esteja saudável e tenha excesso de leite. Para doar, não é necessário sair de casa. O contato pode ser realizado pelo whatsapp (83) 9-9103-0059 ou pelo perfil do Instagram @bancodeleite.anitacabral.
Uma equipe é enviada ao domicílio da mãe, orienta como deve ser feita a ordenha e o armazenamento, entrega todos os materiais necessários e retorna semanalmente para recolher o leite acumulado.
PB Agora