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Doação de orgãos e tecidos é discutida no Hospital de Trauma em João Pessoa

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Encontro acontece na segunda-feira, dia 27, Dia Nacional da doação

 

 

O Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL) realiza na próxima segunda-feira (27), data em que se comemora o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, o ‘I Simpósio da CIHDOTT’ da unidade. O evento, cujo tema é ‘Quebrando paradigmas: entendendo a doação de órgãos’, acontece no auditório do HT a partir das 8h. O encontro que tem como slogan ‘Doe, pois a vida é o melhor presente’ pretende reunir cerca de 60 pessoas, entre profissionais e acadêmicos. Todos os participantes receberão certificados.

Além da direção do Hospital de Trauma, da equipe médica, o encontro terá ainda a presença do secretário de Saúde da Paraíba (SES), José Maria de França, e do presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM/PB), o médico João de Medeiros Filho. “Esse evento vai servir para fazer um balanço da atuação da CIHDOTT do Trauma, que se destaca pelo excelente trabalho que vem realizando em todos os aspectos, com o apoio efetivo da direção. De forma ética e responsável, o Hospital de Trauma, junto com a sua equipe de profissionais, está contribuindo para mudar o processo de doação de órgãos e tecidos na Paraíba”, destacou Dr. Aleuda Nágila, diretora técnica do HT.

Durante todo o dia, o público presente irá participar de discussões sobre o tema, abordando assuntos como os ‘Aspectos relacionados à doação e captação de órgãos’; ‘Aspectos legais e éticos da doação de órgãos’; ‘Identificação do paciente com suspeita de morte encefálica e manutenção do potencial doador’; ‘Acolhimento familiar’, entre outros. Na abertura do evento acontece também o lançamento da campanha para a escolha da logomarca da comissão.

De acordo com dados da Revista Brasileira de Transplante (RBT), no primeiro semestre de 2010, à Paraíba realizou 17 captações multiórgãos. Dessas, 16 são resultados da atuação direta da CIHDOTT do Hospital de Trauma. Nos anos anteriores, por falta de políticas públicas voltadas para o assunto, o número era insignificante. O médico Napoleon Ferreira Rodrigues, coordenador da CIHDOTT do Trauma, disse que a atuação da comissão trouxe uma nova realidade nos resultados de transplante na Paraíba, principalmente em João Pessoa. “Esse trabalho fez com que á Paraíba, em termos de notificação de Morte Encefálica, conquistasse o terceiro lugar no Brasil, perdendo apenas para o Distrito Federal e São Paulo. Também cresceu o número de transplante realizado na Paraíba e o envio de órgãos para outros Estados”, frisou o coordenador.

Segundo ele, a comissão também realiza um trabalho educativo junto aos profissionais do hospital e da comunidade, fazendo entender à importância da doação. “Nesse contexto educativo, pretendemos quebrar a rejeição, acolhendo as pessoas, esclarecendo e ressaltando a importância da doação”, explicou o médico.

Ação – A Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgão e Tecido para Transplante (CIHDOTT) do Hospital de Trauma foi instituída em dezembro de 2009. Composta por uma equipe de 11 profissionais (sendo 8 médicos, uma enfermeira, uma assistente social e uma psicologo) é a única com essa formatação em todo o Brasil.

A CIHDOTT é regida por portaria do Ministério da Saúde. Ela entra em ação após a suspeita, atestada pelo médico plantonista, da morte encefálica do possível doador. Este protocolo é constituído por três etapas, sendo dois exames clínicos (um realizado pelo médico intensivista e outro pelo neurologista) e um terceiro exame de imagem ( que pode ser uma angiografia cerebral, um doppler transcraniano ou ainda um eletro encefalograma, neste caso para crianças).

“A partir daí, é feita toda uma ação em conjunto que vai desde a instalação do protocolo de morte encefálica para confirmar a existência da mesma, o auxílio no processo de manutenção do possível doador e o acolhimento da família. Os parentes são informados sobre tudo o que está se passando, ou seja, são comunicados passo-a-passo, inclusive tendo o direito de indicar um outro médico para acompanhar o processo”, explicou o médico Napoleon Ferreira.

A legislação brasileira estabelece que todos são doadores de órgãos desde que após a nossa morte um familiar (até segundo-grau de parentesco) autorize, por escrito, a retirada dos órgãos. Só após o consentimento familiar, mediante assinatura do termo de autorização, a Comissão entra em contato com a Organização a Procura de órgãos (OPO), que funciona no anexo do Hospital de Trauma. Esta comunica as equipes de captação e a Central de Transplante da Paraíba. “Quando há um interesse da gestão pública de implantar e investir em ações, se consegue excelentes resultados. A Secretaria de Saúde colocou o transplante na Paraíba como prioridade, deixando para traz um cenário de estagnação, que colocava nosso estado como um dos piores do Brasil”, relembrou Dr. Napoleon.

Vale ressaltar a sociedade que após a captação dos órgãos e tecidos, o corpo do doador fica igual. Inclusive, a Lei nº 10.211, de 23 de março de 2001 obriga que os hospitais autorizados a retirar os órgãos têm que recuperar a mesma aparência que o doador tinha antes da retirada.

 

 Programação do evento

 

Manhã

8h00 – Abertura

Lançamento da campanha para a escolha da logomarca da CIHDOTT

8h30- Mesa Redonda-

Tema ‘A importância da CIHDOTT na doação de órgãos na visão do Secretário de Saúde da Paraíba (José Maria de França); do diretor geral do Hospital de Trauma (Dr. José Carlos Evangelista); da diretora da Central de Transplante da Paraíba (Dra. Gyanna Lys Moreira) e do coordenador da CIHDOTT do Trauma (Dr. Napoleon Ferreira Rodrigues).

Moderador: Dr. Joubert Capellari

9h30 – Debate

10h10 – Intervalo

10h30- Mesa Redonda-

Tema: ‘Aspectos relacionados à doação e captação de órgãos’- Doação onde estamos, onde precisamos chegar (Dr. José Eymard Filho) e Captação problemas e soluções (Dr. Petrucio Abrantes Sarmento). Moderador: Dr. Alberto Bandeira Segundo.

11h00- Messa Redonda-

Tema: ‘Aspectos legais e éticos da doação de órgãos ( Fábio de Morais Vilar- assessoria jurídica e Dr. João de Medeiros Filho- presidente CRM/ PB). Moderador: Dr. Eymard Filho.

11h45- Debate

12h00- Intervalo para almoço

 

Tarde

14h00 – Identificação do paciente com suspeita de morte encefálica e manutenção do potencial doação a atuação da CIHDOTT.

(Dr. Joubert Cappelari- o papel do médico e a enfermeira Manuella Nóbrega- assistência da enfermagem).

14h40 – Diagnóstico de Morte Encefálica- O papel dos exames complementares

(Dr. Carlos Pereira da Silva Neto – angiografia e Dra. Cláudia Cunha – doppler transcraniano). Moderador: Dr. Napoleon Ferreira.

15h00 – Debate

15h15 – Acolhimento familiar

(Josenilda Nascimento- psicóloga e Irisneide Antonino- assistente social)

15h45 – Debate

16h00 – Encerramento
 

 

Secom PB

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