A batalha contra o novo coronavírus pode não estar completamente vencida após a alta hospitalar. Isso porque alguns sintomas podem persistir por meses e até anos, comprometendo a qualidade de vida dos “recuperados” da doença. É o que indica a literatura já existente sobre o assunto quando questionados a professora de medicina, Carolina Marinho e a psicóloga Ludmila Rodrigues.
Com mais de seis mil mortos em decorrência da covid-19, média de 40 óbitos diários na Paraíba e o Brasil alcançando quatro mil mortes em um único dia pela doença, a banalização da morte está, cada dia mais, em evidência. Segundo Carolina Marinho, que coordenou um estudo pela Faculdade de Medicina da UFMG com pacientes internados no Hospital das Clínicas da Universidade, um primeiro grupo (35 pessoas) que foi acompanhado pelos pesquisadores desde julho do ano passado relatou, um mês após a alta, sentir dor e impactos no estado emocional com sintomas de ansiedade e depressão, além de fraqueza nos braços, fadiga e falta de ar. E pelo menos um terço teve capacidade reduzida para realizar esforço físico. Ela explica ainda que alguns desses sintomas como dor e falta de ar podem estar relacionados especificamente com a Covid-19. “A doença acomete o tecido pulmonar, lesionando o alvéolo – unidade que faz a troca de oxigênio por gás carbônico”, esclarece.
O pulmão é um órgão vital que permite a troca de oxigênio entre o ar externo e o sangue e também pode sofrer lesão na parte circulatória. Isso porque há formação de coágulos até na microcirculação pulmonar. Já em outros sintomas, como a fraqueza muscular, essa separação não é tão nítida. Assim, não é possível dizer se a sequela tem relação com a doença ou se é consequência da imobilidade durante o período de internação hospitalar, que costuma ser de pelo menos uma semana.
“Por um lado, o processo de inflamação aguda da Covid-19 ativa uma resposta inflamatória, que pode produzir lesão direta em nervos periféricos e músculos, produzindo fraqueza. Por outro lado, temos o descondicionamento físico que é provocado pela imobilidade”, diz Carolina Marinho.
Assim também pensa a psicóloga Ludmila Rodrigues, que atua na capital paraibana, onde destaca que já atendeu diversas pessoas que venceram o vírus, mas ficaram com estresse pós-traumático e depressão. “Para esses casos, o tratamento psicológico consiste em ajudar o paciente a retornar ao seu eu. A resgatar o sentido para a vida, que muitas vezes se perde provocando a depressão”. Ela disse que no dia a dia de sua profissão, os casos mais comuns pós-covid-19 são exatamente estresse, depressão e perda do humor.
“A depressão é mais forte nesses pacientes, devido ao medo da morte, o medo de ter infectado algum ente querido, e nesse período, o paciente perde o humor e fica deprimido. Atendi pacientes que tinham o humor super estável e que nunca tinham apresentado episódios depressivos durante a vida. Mas depois de serem infectados pelo coronavírus, mudaram o comportamento. O medo tomou conta, e eles precisaram de atendimento psicológico”, diz Ludmila.
Redação
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