A Paraíba tem registrado nas últimas semanas um surto de gripe. Só nas últimas 24h, cerca de 500 pessoas procuraram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em João Pessoa com sintomas gripais. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, 17 casos graves da doença foram confirmados no Estado e 13 estão sendo investigados para saber se são causados pelo vírus da influenza H3N2. O infectologista do Sistema Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas, explica alguns sintomas desse surto de gripe que atinge o estado, e o que os diferenciam dos sintomas da covid-19.
“Os mais comuns são coriza, dores de cabeça, tosse e dores musculares, o que faz que algumas pessoas fiquem, literalmente, acamadas. Outra característica é o ataque aos olhos, deixando-os doloridos e vermelhos, como se fosse uma espécie de conjuntivite, algo que não se vê na covid-19, por exemplo. Em outros casos, há presença de diarréia e otite (inflamação no ouvido)”, afirmou.
Ele alerta que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e que, nos casos mais intensos, é preciso procurar ajuda médica. “Quem está com sintomas gripais leves, não tem fatores de risco, pode ir a uma consulta com clínico geral ou até uma Unidade Básica de Saúde. Mas, se está enquadrado no grupo de risco, é um idoso, tem a diabetes descontrolada, está com sintomas mais intensos aí sim deve buscar uma urgência”, orienta o infectologista.
Fernando Chagas explica também a diferença entre resfriado e gripe. “No primeiro caso, são infecções respiratórias, ou seja, atacam apenas o Sistema Respiratório Superior, nariz, boca e, por isso, os sintomas como coriza, tosse são presentes, sendo quadros que se limitam as vias superiores. Já quando afeta todo o corpo aí, de fato, se tem uma gripe”, ressaltou.
Riscos
O infectologista esclarece que o grande problema e os riscos da gripe são quando se atinge populações mais fragilizadas, como idosos acima de 60 anos, crianças abaixo dos cinco anos de idade, gestantes – que possuem, inclusive, o risco de evoluir para uma forma grave –, puérperas e pessoas com comorbidades, como: diabetes descontrolada, doenças no coração, no fígado.
“São essas populações que, de fato, precisam ter uma proteção especial porque são quem corre o risco de sofrer com as principais complicações da gripe que pode até evoluir para uma pneumonia bacteriana, por incrível que pareça. Além de quadros de meningite que podem acometer essa população mais fragilizada”, explica.
Ele orienta também para esse público fazer acompanhamento com o oxímetro, para monitorar os batimentos cardíacos, a frequência respiratória e a quantidade de oxigênio no sangue. “Quando abaixo de 95 batimentos buscar ajuda médica”, alerta.
Uso de máscara e higienização das mãos – O médico orienta que, a pessoa que está sintomática já deve colocar a máscara mesmo dentro de casa, até para evitar que o vírus se espalhe no ambiente familiar no prazo de cinco a sete dias, que é o período de transmissão do agente. “As demais orientações seguem as mesmas que para combater a covid-19, atentando para higienização das mãos, não levar as mãos ao rosto e atentar para limpeza das superfícies”, finaliza.
Da Redação com Assessoria
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