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Dores de coluna, problemas de visão, ansiedades e quilos a mais na balança são retratos do ‘corpo de pandemia’

Dores de coluna e nas articulações, problemas na visão e na pele, ansiedade, depressão e alguns quilos a mais na balança. Esses são alguns dos problemas que estão afetando a população durante a pandemia da covid-19, decretada em março de 2020. Este ‘corpo de pandemia’ é resultado de uma série de fatores: medo do desconhecido, instabilidade financeira, mudança de rotina, falta de atividade física e trabalho remoto.
 
De acordo com especialistas da área de saúde do Sistema Hapvida, o impacto da pandemia é sentido nas dores de coluna que aumentaram em decorrência do espaço inadequado para exercício da profissão dentro de casa; na visão, já que os olhos precisaram ficar mais tempo expostos às telas; a saúde mental e ao emocional, que acaba afetando também a alimentação, já que muitos tendem a descontar a insegurança na alimentação.
 
A psicóloga do Sistema Hapvida, Michelle Costa, explica que o fato de as pessoas terem passado um tempo significativo sem sair de casa, perdendo assim a rotina que se tinha diariamente, fez desencadear uma condição de ‘escape alimentar’, ou seja, se aliviou as frustrações, medos e angustias comendo de forma descontrolada. “Sentimentos desconhecidos, ou de ansiedade, despertados principalmente nesse momento de incertezas, medo, desemprego, crise, podem levar o paciente a ter impulsos compulsivos na busca de aliviar o desconforto não conscientemente identificado”, esclarece.
 
Para além da compulsão alimentar, problema relatado pela psicóloga, um estudo realizado por pesquisadores de universidades do Brasil, avaliou 44 mil brasileiros na fase adulta e identificou que 40,4% dos entrevistados se sentiram frequentemente tristes ou deprimido; e 52,6% ansiosos ou nervosos. Os sentimentos revelaram-se mais forte nas mulheres, entre adultos jovens e pessoas com histórico de depressão.
 
De olho na Visão – O oftalmologista do Sistema Hapvida, Breno Barth, destaca que a visão das pessoas também têm sentido o peso da pandemia. De acordo com o especialista, vários estudos mostraram que a falta de exposição à luz do sol influenciou em um aumento da miopia em crianças de quatro a oito anos, entre 20 a 50%. “Cientistas relacionaram esse aumento a falta de dopamina na retina, substância responsável por impedir o aumento do globo ocular e, consequentemente, aumento da miopia. Os estudos sugerem que uma exposição diária de duas horas ao dia seriam suficientes para liberar a dopamina na retina”, aponta.
 
Para Breno, tem ficado evidente que a covid-19, trouxe e trará alterações no olho humano. “Um número considerável de pessoas tem aparecido em nosso consultório com problemas na retina, esclera e cristalino. Pessoas jovens com catarata nos procuram e relatam que após adoecerem de covid observaram baixa da acuidade visual e, no diagnóstico, constatamos catarata”, relata.
 
O oftalmologista destaca como consequências em curto e médio prazo irritações oculares, conjuntivites e fadiga visual. Já a longo prazo mais casos de miopia e baixa de acuidade visual (medida que representa o quão bem uma pessoa consegue ver as coisas com maior nitidez) transitória ou até mesmo permanente.
 
Home Office X Dores

Uma das mudanças que a pandemia provocou foi no formato do exercício da profissão para parte dos brasileiros. O trabalho que antes era exercido em ambiente adequado e de forma presencial passou a ser realizado de forma remota, na modalidade Home Office. Espaços usados durante um curto período de tempo começou a ser ocupado por, pelo menos, seis horas seguidas.
 
De acordo com a fisioterapeuta do Sistema Hapvida, Marcela Lacet o uso contínuo de uma cadeira inadequada, sem suporte para os braços e apoio extra para a coluna lombar faz com que haja uma preservação da lordose fisiológica; já uma mesa de altura e sem encaixes adequados para os membros inferiores torna essa jornada de trabalho Home Office bem mais impactante para saúde física dos trabalhadores. “Como consequência temos o aparecimento de tensão muscular, que é aquele incomodo ou dores causados pelo excesso de tônus muscular ou uma contração excessiva de um músculo, que leva à dores no local, dificultando o movimento e até mesmo o relaxamento após o momento de estresse, trazendo prejuízo a saúde física dos trabalhadores”, aponta.
 
A especialista afirma que entre as queixas mais comuns e  recorrentes, estão: dores na coluna vertebral, em especial as lombalgias (dores na parte inferior da coluna); e as carvicalgias (dores na parte superior da coluna), que surgem no momento em que um indivíduo permanece sentado durante períodos prolongados, fazendo com que haja uma sobrecarga na musculatura e nas articulações de toda coluna vertebral, em especial  na cervical  e na lombar.
 
Mais Dados

Um estudo do Ipsos Global Advisor realizado com 22 mil pessoas em mais de 30 países, nos meses de outubro e novembro de 2020, aponta que quando no mundo a redução de atividade física era de 23%, no Brasil a baixa chegou a 29%. No ranking mundial, o Brasil ocupa a quarta posição e está atrás do Chile, Bélgica e Itália. Sendo o sedentarismo considerado um dos maiores inimigos da saúde ortopédica.

Da Redação com Assessoria

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