Cerca de 15 mil crianças com suspeitas de problemas cardíacos foram avaliadas pela Rede de Cardiologia Pediátrica (RCP) da Paraíba e de Pernambuco, que completará um ano de atuação nesta quarta-feira (17).
Esse e outros resultados alcançados pelo serviço serão avaliados durante um seminário a ser realizado no auditório da PBTur, em João Pessoa, na manhã da quarta-feira. O evento vai contar com a participação de representantes de todos os serviços de saúde que compõem a rede estadual e também de instituições de ensino que são parceiras.
O coordenador da rede de maternidades para o diagnóstico precoce da cardiopatia na Paraíba, Cláudio Teixeira Régis, explicou que durante o seminário serão avaliados os aspectos da assistência na área de cardiologia e na capacitação dos profissionais de saúde que compõem o serviço. “Os resultados até agora são positivos e temos que prestar conta ao Governo da Paraíba do que foi feito pelas crianças cardiopatas no Estado”, destacou o médico.
Além das 12 maternidades e do Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, que fazem parte da Rede, também participarão do seminário, por meio de vídeo conferência, profissionais renomados na área de cardiologia pediátrica do Hospital de Brompton de Londres (Inglaterra), da Carolina do Norte (EUA), da Universidade de Porto (Portugal) e da Universidade de São Paulo (USP), que são parceiros da rede no diagnóstico das patologias cardíacas. Também foram convidados a participar do seminário os Ministérios Públicos Estadual e Federal e outras entidades ligadas à cardiologia infantil na Paraíba.
O convênio entre o Governo do Estado e o Circulo do Coração de Pernambuco foi assassinado no dia 17 de outubro do ano passado. Cláudio Regis lembrou que durante esse primeiro ano aconteceram reuniões de avaliação trimestralmente com o objetivo de aprimorar os serviços oferecidos às crianças cardiopatas. “Esse convênio não se restringe ao diagnóstico e realização de cirurgias, há também capacitação dos profissionais e desenvolvimento de trabalhos científicos”, acrescenta.
A rede – Além do HU da Capital, a rede é formada por 12 maternidades estruturadas para realizar o diagnóstico da cardiopatia e tem três serviços de referência: Cândida Vargas, em João Pessoa, o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, e o Hospital Peregrino de Carvalho, em Patos.
Na Capital, estão interligadas à rede as maternidades Frei Damião, Arlinda Marques e Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho. Na região de Campina Grande, estão ligadas as maternidades das cidades de Esperança, Monteiro e Picuí. E na área de Patos, estão interligadas as maternidades dos municípios de Itaporanga, Sousa e Cajazeiras.
Os médicos que participam da Rede de Cardiologia da Paraíba realizam uma triagem por meio do exame de oximetria em todos os recém-nascidos em até 24 horas após o nascimento. Trata-se de um exame que mede a saturação de oxigênio no sangue. Nos casos em que é detectada alguma anormalidade, os bebês são encaminhados para realizar exames mais aprofundados, como o ecofuncional.
O secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza, afirmou que o Governo está ampliando a qualidade do acesso à saúde para aqueles que mais precisam dos serviços, utilizando equipamentos de ponta, oferecendo conhecimento científico na área e melhorando a infraestrutura dos hospitais.
“Estamos melhorando os serviços e capacitando os profissionais para oferecer assistência de qualidade à população, desde o atendimento ambulatorial até a alta complexidade”, disse o secretário.
Tecnologia – Como forma de proporcionar uma melhor integração entre os médicos e as Centrais instaladas no Hospital Arlinda Marques e a Associação Círculo do Coração, agilizando o diagnóstico e possibilitando a discussão de casos através de teleconferências, o Governo do Estado fez a entrega Ipads para as 12 maternidades. Os equipamentos estão agilizando o diagnóstico e o atendimento aos bebês que nascerem com doença cardíaca.
Cláudio Teixeira Régis explicou essa estrutura de internet interliga todos os hospitais e maternidades. “A intenção é que os médicos possam se qualificar, tirar dúvidas, trocar experiências, dialogar sobre os casos, realizar de maneira rápida o diagnóstico da doença e planejar melhor as cirurgias cardíacas infantis”, finalizou.
Números – De acordo com a coordenadora geral da Rede de Cardiologia Pediátrica (RCP) da Paraíba e de Pernambuco, Sandra Matos, além das 15 mil crianças avaliadas, foram realizados mais de 300 ecocardiogramas, mais de 250 cardiopatias foram identificadas em neonatos; mais de mil consultas e exames realizados em crianças com doenças cardíacas, cerca de 100 cirurgias cardíacas foram realizadas, além de treinamento para enfermeiros, médicos neonatologistas, ultrassonografistas, intensivistas e pediatras. Nove municípios foram beneficiados pelos serviços oferecidos pela rede que envolve mais de 80 profissionais.
Secom-PB