Desde o início da pandemia causada pelo Covid-19, o seu impacto como em outros setores também é sentido no aumento no número de casos de câncer na Paraíba, bem como no mundo. Para falar sobre esse tema forma ouvidos especialistas que comentam a importância da prevenção por meio de exames para evitar a evolução da doença. Atualmente a soma da estimativa de todos os tipos de cânceres na Paraíba em 2022 é de 11.800, incluindo o de pele não melanoma. Entre os homens, serão 6.020 casos novos, sendo 1.440 em João Pessoa. Entre as mulheres, o Inca estima 5.780 novos diagnósticos, dos quais 1.650 em João Pessoa.
Para a médica paraibana Joana Barros, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, o rastreamento mamográfico não é oferecido como deveria no Brasil, e que as quedas causadas pela pandemia podem prejudicar muitas mulheres. “Essa redução vem significando um aumento absurdo no número de mortes, principalmente entre mulheres com nível econômico inferior”, avalia.
Segundo a coordenadora de Saúde da Mulher da Paraíba, Fátima Moraes, o diagnóstico precoce, através de mamografias de rastreamento, aumenta em 90% as chances de cura e possibilita que a pessoa leve uma vida com qualidade. “A mamografia é o principal exame para a detecção precoce e deve ser feita por mulheres sem sintomas, mas que estão numa faixa etária de risco e tenham propensão à doença”, disse Fátima Moraes.
Ainda neste sentido o cirurgião oncológico Rivaldo Serrano, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e criador do Grupo Centro de Oncologia da Paraíba (Copa), avalia que a incidência e mortalidade por câncer vem aumentando por uma série de fatores. Entre as causas para o aumento de casos, ele destacou o envelhecimento e o crescimento populacional, assim como a mudança na distribuição e prevalência dos fatores de risco associados ao estilo de vida e desenvolvimento socioeconômico. No Brasil, a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 é superior a 625 mil casos, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), e outro fator que, segundo ele, justifica o aumento do número de diagnósticos de câncer é o maior acesso aos meios de prevenção e rastreio.
Rivaldo Serrano explicou que a prevenção parte de um estilo de vida saudável, com boa alimentação, prática regular de exercícios físicos, bem como evitar fatores de risco importantes para câncer, como por exemplo, tabagismo e etilismo. Outro fator importante na prevenção é a consulta rotineira com um médico. O profissional é responsável por usar meios de prevenção e diagnóstico precoce das neoplasias mais prevalentes que, segundo ele, são os cânceres de cólon, mama, próstata, colo do útero, pele, pulmão, estômago e pele, excluindo o melanoma. Novidades A prevenção e o tratamento do câncer mudam e se ampliam com o avanço da medicina. “Sabemos que hoje a medicina evolui muito rápido e novas descobertas estão sendo feitas a cada ano. Como novidade temos o maior conhecimento da biologia e genética tumoral, ajudando na elaboração de novas estratégias para prevenção e diagnóstico precoce do câncer”, destacou o médico. Por outro lado, há casos não passíveis de prevenção. “Para esses tipos de neoplasia, em que não há uma prevenção eficaz, tentamos identificar aquele paciente com alto risco para desenvolvimento do câncer, muitas vezes, por conhecimento da história genética e familiar. A partir disso, elaboramos uma estratégia de exames mais específicos e rotineiros”, afirmou Rivaldo Serrano.
Da Redação
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