Tarefas diárias podem se tornar grandes desafios para idosos diagnosticados com Demência. Uma das maiores dificuldades que os cuidadores enfrentam é lidar com os comportamentos inadequados do paciente com demência. Segundo o Anuário de Segurança Pública (2022), a Paraíba registrou 100 casos de desaparecimento de pessoas no ano passado, tendo provavelmente casos subnotificados. No Brasil, foram mais de 65 mil boletins de ocorrência de desaparecimentos, o que corresponde a uma taxa de 30,7 por 100 mil habitantes. Neste sentido o portal ouviu a geriatra Manuella Toledo e a neurologista Nayara dos Santos Reimer que apontaram boas estratégias ajudam a lidar com comportamentos difíceis e evitam situações estressantes.
Segundo Manuella Toledo, no caso dos idosos, um dos principais motivos do desaparecimento é a demência. Existem mais de 150 tipos de demências no mundo, sendo que 70% dos casos trata-se da demência senil, tipo Alzheimer, a mais prevalente no país. “As síndromes demenciais são alterações cognitivas que afetam o raciocínio com alteração de sua funcionalidade. Já o segundo tipo de demência mais comum é a vascular, oriunda de pequenos ou grandes Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs)”, disse a geriatra, ao destacar também que o sintoma inicial da demência é o esquecimento para memória recente, por isso, pacientes com demência se tornam pessoas repetitivas, contando a mesma história várias vezes. “Não é normal, em nenhuma idade, esquecer ou desaprender o que já se sabia”, afirmou.
Ainda segundo a geriatra, os familiares devem ficar atentos aos sintomas para que o indivíduo seja levado ao médico e tratado o quanto antes. A primeira fase dos sintomas é a fase da repetição, é quando o indivíduo se torna repetitivo. Alguns anos depois, é iniciada a fase da alteração de planejamento, fazendo com que as pessoas se percam dentro de casa ou nas imediações, o que favorece o desaparecimento de idosos. Depois surgem as alterações globais, quando o paciente deixa de ser quem era, se fazia bolo, desaprendeu a fazer, se sabia dirigir, não vai saber mais, se era professor, deixou de saber ensinar.
A Neurologista Nayara dos Santos, aponta técnicas de fácil aplicação para aprimorar a comunicação entre paciente e seu cuidador com o objetivo de facilitar a rotina de ambos:
• Escolha palavras simples e sentenças curtas.
• Use um tom de calmo e gentil. Evite gritar ou enfrentar o paciente com demência; lembrando que ele não está fazendo aquilo para provocar. Alterações da personalidade e comportamento, bem como agitação e agressividade, fazem parte da evolução da doença.
• Não trate a pessoa com demência como um bebê ou um ser incapaz.
• Minimize distrações e barulho – como televisão ou rádio – para ajudar a pessoa com demência a focar no que você está falando.
• Faço contato visual e chame a pessoa pelo nome, tendo certeza de que você tem a atenção dele ou dela antes de começar.
• Forneça tempo suficiente para uma resposta. Tenha cuidado de não interromper.
• Se a pessoa com demência está lutando para encontrar uma palavra ou pensamento, gentilmente tente fornecer a palavra que ela está procurando.
• Dicas para melhorar a experiência do banho do idoso com demência
• Planeje o banho para a hora do dia em que a pessoa está mais calma e cooperativa.
• O simples fato de tomar banho, para uma pessoa com demência, pode ser desconfortável e assustador, seja gentil e respeitoso.
• Avise a pessoa sobre o que você irá fazer, passo a passo, e permita a ela fazer tudo o que for possível.
• Seja atencioso com a temperatura. Aqueça o quarto antecipadamente e, se necessário, mantenha toalhas extra e um roupão próximos. Teste a temperatura da água antes de começar o banho.
• Minimize riscos com o uso de chuveirinhos, barras para o paciente se segurar, materiais antiderrapantes ou uma cadeira de banho. Nunca deixe a pessoa sozinha no banho.
Dicas para vestir um idoso com demência
De acordo com a médica, para uma pessoa com demência, vestir-se representa uma série de desafios: escolher o que vai vestir, tirar algumas roupas e colocar outras, lutar com botões e zíperes. “Tente fazer a pessoa vestir-se no mesmo horário todos os dias, de forma que ela irá esperar esse momento da rotina. Encoraje a pessoa a vestir-se sozinha quando possível. Neste caso, tenha tempo extra para que não haja pressa. Permita à pessoa escolher a partir de uma seleção pequena de modelos. Se o paciente tem um modelo preferido, considere comprar vários do mesmo. Organize as roupas na ordem em que elas deverão ser colocadas e ajude a pessoa a se mover através deste processo. Forneça para a pessoa um item de cada vez e dê ordens claras, passo a passo, caso ela precise de ajuda”, disse.
Da Redação
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