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Especialistas explicam mentiras e verdades sobre o cigarro eletrônico; dispositivo tornou-se popular entre os jovens

Neste mês de prevenção contra o câncer de pulmão o portal procurou junto aos pneumologistas (Guilherme Figueiredo e Penha Uchoa) esclarecer a polêmica em torno se faz mal ou não a saúde o uso dos famosos cigarros eletrônicos. Disfarçados por uma infinidade de sabores e aromas, os cigarros eletrônicos dão, à primeira vista, a ideia de serem uma boa alternativa. Principalmente por parecerem, acima de tudo, inofensivos à saúde. Os vaporizadores, como assim também são chamados, ganharam um espaço muito rápido principalmente entre os mais jovens, reacendendo o debate sobre o tabagismo. Para os pneumologistas o mecanismo eletrônico faz sim mal a saúde.

Por ser mais prático, ter uma aparência mais tecnológica e atrativa e não causar aquele incômodo do cigarro tradicional – sobretudo pela diferença de odor -, os eletrônicos passaram a ser socialmente aceitáveis em diversos ambientes, principalmente em festas e eventos.   Diversas pesquisas mostram os malefícios do consumo de cigarro para a saúde. Responsável por mais de 7 milhões de mortes anuais em todo o mundo, o produto há muito tempo deixou de ser símbolo de poder, status e liberdade. A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, ano após ano, o consumo seja reduzido.

Nos últimos anos, porém, surgiram os cigarros eletrônicos. Com uma aparência moderna e com gostos disfarçados por uma infinidade de sabores e aromas, eles passam a ideia de serem inofensivos à saúde. Basta acessar as redes sociais para ver homens e mulheres jovens consumindo os vaporizadores. A “fumaça” densa também é comumente percebida nas rodas de amigos em bares, restaurantes ou até mesmo na praia.

O que muitos não sabem, ou ignoram, é que, apesar de parecerem uma boa alternativa e serem socialmente aceitos, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são tão danosos quanto o cigarro convencional. Segundo Guilherme Figueiredo, o equipamento igual aos cigarros desativam setores do nosso corpo que são responsáveis por expulsar a secreção nasal, gerando como o cigarro o acúmulo nos pulmões.

Assim também pensa Penha Uchoa. “Os cigarros eletrônicos são maléficos à saúde e não são seguros. Não há registros sobre os tipos de substâncias e as concentrações que estão presentes nos cartuchos, por exemplo. Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar possuem substâncias tóxicas além da nicotina e podem causar doenças respiratórias. Em 2019, o surto de uma síndrome gripal que evoluiu para uma insuficiência respiratória aguda foi registrada entre jovens de vários estados americanos. A grave e misteriosa doença pulmonar estava ligada ao uso de cigarros eletrônicos. Nós, profissionais de saúde, precisamos chamar atenção desses jovens que estão procurando o cigarro eletrônico com a crença de que ele seja menos danoso. E não é”, disse Penha.

Ainda segundo Uchoa, apesar dos cigarros eletrônicos serem bem diferentes dos cigarros convencionais, pois enquanto os tradicionais possuem registro das substâncias, concentrações e quantidades contidas nele, o cigarro eletrônico não possui registros formalizados. “O cigarro eletrônico possui três componentes essenciais: a bateria, o aerossolizador ou atomizador e o cartuxo que contém o líquido que, por sua vez, contém as substâncias – que podem ser nicotina, odorizantes e flavorizantes. A bateria aquece a solução líquida e, assim, gera o vapor”, comentou.

Da Redação

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