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Estresse e ansiedade em tempos de pandemia: especialista explica como saber se eles estão acima do aceitável

Segundo a Isma-BR (International Stress Management Association), 72% dos brasileiros ativos têm sequelas devido ao estresse no trabalho. Em níveis elevados, essa condição desencadeia a famosa Síndrome de Burnout, condição de esgotamento físico e mental intenso que já acometeu mais de 32% dos profissionais atuantes no Brasil, ou seja, mais de 33 milhões de pessoas. E em tempos de pandemia, os quadros de estresse tendem a se tornar ainda mais comuns, por isso, saber se ele está acima do aceitável (ou não) é fundamental. Consultado o O médico Gustavo Patury, especialista em aparelho digestivo, explica que o estômago é o órgão que mais sente o estresse.

“A ansiedade causada pelo estresse libera cortisol e adrenalina, isso faz com que o corpo produza ácido do suco gástrico em excesso e acaba diminuindo uma camada de proteção que temos no estômago. A alta acidez deixa todo o sistema digestivo irritado, causando dores e náuseas, levando a pessoa a ter uma gastrite nervosa”, disse Gustavo Patury.

Ele explica ainda que quando não estamos bem, do ponto de vista emocional, o nosso corpo reage. “A gastrite é uma inflamação que ocorre na parede interna do estômago. Essas lesões são mais superficiais do que no caso da úlcera, que é um agravante da gastrite e apresenta lesões muito profundas na parte interna e no revestimento do estômago. As duas estão ligadas à saúde mental. Na maioria das vezes as complicações da úlcera acontecem pela falta de tratamento da gastrite ou pelo uso de anti-inflamatórios e tabagismo. O intestino é nosso segundo cérebro, aliás, vai além. Ele é responsável por produzir a maior parte da substância do bem-estar (serotonina). Descargas de adrenalina podem mexer com o intestino, causando espasmos e, eventualmente, causar, por exemplo, uma dor de barriga inesperada”, comentou o especialista.

Entenda o que é gastrite nervosa – Gastrite nervosa é o nome popular que damos à dispepsia funcional, uma sensação de desconforto estomacal, que é agravada por quadros de estresse e ansiedade. Porém, como a “gastrite nervosa” não gera inflamação no estômago, chamar o problema por esse nome é um equívoco, segundo um artigo publicado pelo Ministério da Saúde em 2018.

Por apresentar sintomas idênticos ao da gastrite convencional – queimação, inchaço abdominal e arrotos frequentes são os mais comuns – sua verdadeira causa pode demorar a ser identificada. E isso nos faz acreditar que se trata apenas de um problema de ordem física, quando na verdade suas causas são emocionais.

Dessa forma, é importante entender que o estresse e a ansiedade excessivos podem fazer muito mal também ao nosso corpo e não só à nossa mente, podendo levar um quadro de dispepsia funcional, ou até mesmo agravar os sintomas de uma gastrite aguda ou crônica que já tenha se instalado.

Por isso, precisamos levar a sério a conexão intestino-cérebro para tratar uma possível gastrite nervosa da forma correta. Estamos falando de incluir cuidados com a saúde mental através de psicoterapia. E, até mesmo, com uma consulta ao psiquiatra.

Mas qual a definição de estresse?
Estresse é um conjunto de reações orgânicas e psíquicas desencadeadas pelo organismo frente a um estímulo. Quando isso acontece, o corpo entende que precisa ficar em estado de alerta para fugir ou lutar. Para isso, dispara doses maiores de hormônios como adrenalina, cortisol e norepinefrina. Ainda que algumas vezes o estresse possa ser favorável até mesmo para a nossa sobrevivência, a exposição constante a esses hormônios pode desencadear diversos outros problemas de saúde, ou mesmo ser transformado em um problema crônico.

Redação

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