A Paraíba o tempo todo  |

Estudo liga tratamento de fertilidade a maior risco de má formação

Estudo liga tratamento de fertilidade a maior risco de má formação

Estatística de deficiências foi maior entre bebês concebidos pelas técnicas. 3,7 milhões de bebês nascem como resultado de tratamentos no mundo.

Bebês concebidos com a ajuda de tratamentos de fertilidade seriam mais propensos a nascer com sérias deficiências físicas, revelou um estudo australiano publicado neste sábado (5). A conclusão do estudo vai de encontro com outra pesquisa recente da Universidade Médica de Nanjing, na China.

A concepção com base em tratamentos como indução da ovulação, fertilização in vitro ou injeção de esperma diretamente no óvulo resultou em sérias deficiências em 8,3% dos casos estudados, afirmou a equipe de pesquisas.

A proporção correspondente em concepções espontâneas foi de 5,8%, uma diferença “muito” significativa, disse à AFP Michael Davies, da Universidade de Adelaide, principal autor do estudo publicado no “New England Journal of Medicine”.

“Algo que não se costuma falar numa clínica (de fertilidade), eu penso, é o risco de se ter um bebê anormal. E portanto, isto reforça a necessidade de que o tema precisa ser falado entre médicos e pacientes”, acrescentou.

“Eles devem discutir os riscos na escolha do tratamento”, emendou.

Davies, do Instituto de Fertilidade da Universidade de Robinson, disse que a pesquisa se concentrou em deficiências sérias, “que ou requerem tratamento ou que, em não havendo tratamento, são consideradas incapacitantes”, como problemas cardíacos ou paralisia cerebral.

A pesquisa acompanhou 308.974 nascimentos registrados na Austrália entre janeiro de 1986 e dezembro de 2002, dos quais 6.163 resultaram de concepção assistida.

“Eu acredito que não há qualquer razão para que não fosse aplicável à maioria das clínicas ao redor do mundo”, disse Davies, que pediu a realização de mais estudos.

Mais de 3,7 milhões de bebês nascem todo ano como resultado de tratamentos de fertilidade.

A pesquisa, que cientistas dizem ter sido a mais abrangente do tipo já feita, descobriu que nem todos os tratamentos são igualmente arriscados.

Os cientistas observaram deficiências em 7,2% das crianças nascidas de fertilização in vitro (IVF, na sigla em inglês) e 9,9% daquelas nascidas após injeção de esperma intracitoplásmica (ICSI, na sigla em inglês).

No caso da fertilização in vitro, o percentual caiu significativamente quando levados em consideração fatores como idade dos pais, tabagismo e outros fatores, mas no caso da ICSI, continuou alto.

A injeção de esperma, em que um espermatozóide é injetado diretamente no óvulo, é uma forma de fertilização in vitro, que consiste na fertilização de um óvulo fora do corpo, em laboratório.

Davies disse que há algumas teorias que explicam por que a injeção seria mais arriscada, possivelmente devido a esperma danificado ou danos causados pela manipulação do esperma no laboratório.

No caso da fertilização in vitro, o espermatozóide entrou no óvulo por iniciativa própria.

“Há fatores associados à ICSI que exigem mais pesquisas”, destacou.

Os pesquisadores também descobriram que os riscos triplicaram em mulheres que fizeram uso de citrato de clomifeno, um medicamento utilizado para induzir a ovulação.

“Embora fosse restrito a um pequeno grupo do nosso estudo, este fator é particularmente preocupante porque o citrato de clomifeno está amplamente disponível a um preço acessível”, explicou Davies.

 

 

G1

    VEJA TAMBÉM

    Comunicar Erros!

    Preencha o formulário para comunicar à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta matéria do PBAgora.

      Utilizamos ferramentas e serviços de terceiros que utilizam cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão “PROSSEGUIR”, ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
      Total
      0
      Compartilhe