Os Estados Unidos compraram praticamente todo o estoque global de remdesivir, um dos medicamentos que deram sinais de serem efetivos para o tratamento de Covid-19, pelos próximos três meses.
Segundo a agência Reuters, o governo Trump adquiriu mais de 500 mil doses, que representa toda da produção da fabricante, a Gilead, para julho, e 90% da capacidade de agosto e setembro.
A Gilead havia fixado o valor do antiviral em U$2.340 por paciente para os países ricos e aceitou enviar quase toda a oferta para os EUA.
Há expectativa de que a demanda seja alta, já que é um dos poucos tratamentos que mostrou ajudar na recuperação da doença.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirmou em maio que está em contato com a empresa que fabrica o remdesivir pra acompanhar a evolução dos estudos. O remdesivir não é vendido em farmácias.
Anúncio no começo da semana
A Gilead informou na segunda-feira que concordou em enviar a maior parte de sua produção para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS, na sigla em inglês).
Foi essa agência que afirmou ter adquirido as 500 mil doses. A HHS tem sido responsável por distribuir o medicamento, e não a fabricante Gilead. A empresa afirmou que não discutiu sua estratégia de abastecimento para países ricos que não sejam os EUA.
A Gilead fez parcerias com fabricantes de genéricos na Índia e no Paquistão para produzir o medicamento para 127 países em desenvolvimento.
Europa e Coreia do Sul incorporam medicamento às diretrizes
A Coreia do Sul acrescentou o antiviral às suas diretrizes de tratamento do coronavírus em sua primeira revisão de recomendações desde o início do surto.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou na semana passada a autorização “condicional” do uso do antiviral remdesivir em pacientes afetados pelo coronavírus.
Em comunicado, a EMA informou que a molécula será o primeiro medicamento contra a Covid-19 formalmente recomendado aos pacientes da União Europeia.
O procedimento derrogatório da EMA permite acelerar a comercialização – por um ano – de um medicamento cuja avaliação ainda não está completa. No caso do remdesivir, a agência europeia decidiu recomendar sua utilização para adultos e adolescentes a partir dos 12 anos que sofrem de pneumonia e precisam de oxigênio, ou seja, “os que estão afetados por uma forma grave” da Covid-19. A decisão final caberá à Comissão Europeia e poderá ser anunciada na próxima semana, indicou a agência.
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