Há exatos 30 anos, no dia 7 de outubro de 1984, nascia Anna Paula Caldeira, a primeira criança nascida por meio de fertilização in vitro no Brasil, fruto da técnica de vanguarda aplicada pelo médico Milton Nakamura. Nessas três décadas, o processo se aperfeiçoou, se popularizou no mundo todo, tem índice de sucesso que chega a 45% e o nome “proveta” ficou quase como recordação.
É que, nos primórdios da técnica, o óvulo encontrava o espermatozoide em uma proveta. Hoje em dia, a proveta foi abandonada e uma pequena placa de vidro é usada para manipular o que vai se tornar uma nova vida.
A mudança de recipiente é apenas um dos progressos. Há muitos outros avanços que tanto catalisam o sucesso do progresso como garantem menor incômodo para a mulher. Além das técnicas que incluem a ferlidade masculina no processo.
A oferta de óvulos é um dos avanços. O especialista em reprodução humana da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Paulo Gallo, explica que no início, as fertilizações in vitro eram feitas por meio dos ciclos espontâneos da mulher, onde se conseguia apenas um óvulo por mês. Com o surgimento de medicamentos indutores da ovulação, pôde-se recolher muitos óvulos em cada tratamento, que aumenta significativamente as chances de sucesso.
Além disso, o processo de retirada desse óvulo era incerto. “Muitas vezes, quando os instrumentos cirúrgicos chegavam para capturar o óvulo, ela já havia se perdido”, explica o médico, que também é diretor médico do Vida, Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
O progresso da técnica também garante mais conforto. Em 1984, quando Anna Paula nasceu, o procedimento cirúrgico era invasivo. Era preciso fazer uma cirurgia por laparoscopia, que furava o abdômen para recolher o óvulo. Hoje em dia, a mulher toma apenas um sedativo e a coleta é feita por meio de um aparelho de ultrassom, como se fosse uma endoscopia.
“É claro que há um preparo na sala, com anestesista e materiais para entubação, mas a paciente dorme por apenas uns 15 minutos”, explica Vamberto Maia Filho, chefe do ambulatório de Hiperandrogenismo da Ginecologia endócrina da Unifesp.
Os medicamentos indutores de ovulação também foram aprimorados com o tempo. “São medicamentos novos, que não são exatamente para substituir os antigos, mas para trabalhar juntos”, explica Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de Reprodução Humana da Criogênesis.
Outro ponto positivo que os anos trouxeram à técnica foi a diminuição do risco de hiperestimulação ovariana, explica Maia, que também é especialista em reprodução humana do Hospital e Maternidade Santa Joana.
“O problema da indução ovariana é que não dava para prever quantos óvulos a mais a mulher produziria no mês. Podia ser um, quatro, 40 ou 100. Quando se tem um número exagerado, vai dar volume ovariano e repercussões complicadas no organismo”, explica o médico, ressaltando que esse problema pode causar trombose, derrame no pulmão, líquido no abdômen e torção ovariana.
Com o advento dos novos medicamentos, esse risco é muito baixo. “Nos últimos três anos não vi nenhum caso, e onde trabalho acontece cerca de 200 estímulos ao mês”, compara Oliveira, ginecologista da Criogênesis.
A taxa de gravidez múltipla também caiu, já que é possível manter os embriões fora do útero materno por alguns dias e implantar somente o que está vingando. “Antigamente, implantava-se até 8 embriões de uma vez”, explica Maia. Se ao menos quatro deles vingassem, a mulher seria mãe de quadrigêmeos. “A gravidez múltipla aumenta significativamente o risco da gestação”, explica ele.
Por fim, mos casos em que a dificuldade de fertilidade é masculina, foi desenvolvida uma técnica de injeção de espermatozoides no gameta, por meio da qual um único espermatozoide é injetado no óvulo por meio de uma injeção muito fina. “Se o homem tem poucos espermatozoides, isso facilita. Antes, para cada 10 óvulos da mulher, precisava-se de 10 milhões de espermatozoides”, explica Gallo.
IG
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