Férias e feriados prolongados, como o carnaval, são períodos de baixa nas doações de sangue dos hemocentros, já que muitas pessoas mudam a rotina, viajam e aproveitam para descansar, deixando de fazer esse ato de solidariedade.
Neste ano, um outro agravante reforça a baixa nos estoques de sangue, que foi o aumento de casos de dengue. Alguns pacientes, sob indicação médica, precisam receber plaquetas – um dos elementos que compõem o sangue. Em muitas cidades os estoques das bolsas de sangue estão em baixa. Doar sangue é uma atitude essencial para garantir os estoques do Hemocentro que vão abastecer os hospitais.
Hemocentros, como o de Brasília e de São Paulo, por exemplo, já alertam para estado crítico no abastecimento de alguns tipos sanguíneos, sobretudo o O negativo – considerado doador universal e utilizado em casos de urgência, quando não se sabe a tipagem sanguínea do paciente.
O Ministério da Saúde acompanha, diariamente, a quantidade de bolsas de sangue em estoque nos maiores hemocentros estaduais. Essa é uma das estratégias para evitar um possível desabastecimento de sangue em determinada unidade da federação. Caso necessário, o Plano Nacional de Contingência do Sangue é utilizado, possibilitando apoio logística para o remanejamento de bolsas de sangue para estados com maior dificuldade.
Para doar sangue, é necessário apresentar um documento de identificação com foto emitido por órgão oficial: Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista ou Carteira Profissional emitida por classe.
O doador precisa ainda ter idade entre 16 e 69 anos. Os menores de 18 anos precisam do consentimento formal do responsável legal. Já pessoas com idade entre 60 e 69 anos precisam já ter doado sangue antes dos 60 anos; pesar no mínimo 50 quilos, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas, estar alimentado e evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação. Caso seja após o almoço, a recomendação é aguardar duas horas.
Todo o procedimento de doação, incluindo cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta do sangue e entrega do lanche, leva, em média, 40 minutos.
Na Paraíba, a rede de Homocentro intensificou este mês, as coletas externas na unidade móvel no interior do Estado, para garantir o estoque de sangue, de forma a atender as demandas de hospitais e unidade de pronto atendimento (UPAs). Para tanto, foi elaborado um cronograma de visitas aos municípios.
A diretora-geral do Hemocentro da Paraíba, Shirlene Gadelha, ressaltou que a unidade móvel é uma unidade de coleta itinerante adquirida no ano passado pelo Governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde e do Hemocentro, um investimento de cerca de R$ 3 milhões.
A Paraíba tem mais de 600 mil doadores cadastrados, dos quais 45,79% no Hemocentro Coordenador de João Pessoa, totalizando 274.782 cadastros. A Hemorrede da Paraíba é composta do Hemocentro Coordenador de João Pessoa, do Hemocentro Regional de Campina Grande e dos Hemonúcleos de Guarabira, Patos, Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, Piancó e Itaporanga. Em todos eles é realizada coleta de sangue. Na capital e em Campina Grande, o atendimento é de segunda a sexta, das 7h às 18h e, aos sábados, das 7h às 13h. Nos Hemonúcleos, o atendimento é das 7h às 12h, de segunda a sexta. Em João Pessoa, além da coleta de sangue são realizados os exames de sorologia e imunohematologia.
Redação