O Estado da Paraíba vem registrando um maior índice de chuvas a partir do início do outono e, desde então, os relatos de pessoas doentes com alguma síndrome respiratória ou arboviroses ficam cada dia mais frequentes. O portal por tanto procurou os médicos infectologistas Renato Astray e Fernando Chagas, que explicaram as diferenças entre o resfriado e a gripe. Segundo eles, o resfriado tem um quadro mais leve e é causado por rinovírus ou coronavírus (diferente do responsável pela COVID-19). Já a gripe se apresenta de maneira mais grave.
“É importante ficar atento aos sintomas, já que a doença costuma ter melhoras depois de cinco dias a partir do início dos sintomas. Mas também é comum que eles se estendam por mais de uma semana e, até mesmo, que a pessoa acometida demore semanas para se restabelecer de forma completa, especialmente pela fraqueza decorrente da doença”, disse Astray.
Ainda de acordo com Renato Astray, os sintomas clássicos da gripe sazonal são febre súbita, tosse (geralmente seca), dor de cabeça, dores musculares e articulares, mal-estar, dor de garganta e coriza. A tosse pode ser forte e durar duas ou mais semanas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No caso do H3N2, os sintomas são os mesmos, com o potencial de causar casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em idosos e imunocomprometidos.
“O que muda, neste caso, é que o surto é considerado fora de época e é consequência do relaxamento das medidas de proteção, como o uso de máscaras. O problema, deste ano, é que estávamos há mais de dois anos usando máscara e ela protege tanto contra a influenza quanto contra o SARS-CoV-2, já que ela inibe o contato com vírus respiratórios”, afirmou Astray.
Segundo Fernando Chagas, além do esperado pelo aumento da circulação viral, o comportamento da população após o maior controle da pandemia da Covid-19 pode ter contribuído para o maior adoecimento. “Temos doenças sazonais, que são aquelas que vêm em determinados períodos. Por exemplo, nesse período de chuva, tem o aumento das doenças respiratórias. Mas aí vêm aquelas crenças populares: ‘você levou chuva e adoeceu’. E não, não é a água que está transmitindo a doença. É porque em momentos de chuva, a gente se aglomera mais. Nesses dois últimos anos, estávamos evitando aglomerações e estávamos utilizando o instrumento que evita que essas doenças sejam passadas, que é a máscara. Nesse período, esses números diminuíram. O impacto da proteção não foi apenas o controle da Covid, mas de todas essas doenças virais e que são transmitidas não só pelo trato respiratório, mas até mesmo pela boca”, disse.
Na Paraíba, de 1º de janeiro a 1º de maio deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) processou 1.293 amostras para Influenza, sendo: 1.113 (86,1%) não detectáveis, 177 (13,7%) detectáveis para Influenza A e três detectáveis para Influenza B (0,2%). Das amostras confirmadas para Influenza A, 151 (85,3%) são do subtipo H3N2, quatro (2,3%) não subtipados e 22 (12,4%) não foram subtipáveis.
Sintomas da gripe
1. Febre
É comum que um quadro de gripe apresente febre superior a 38°C, mas isso não significa que não é preciso estar atento ao sintoma nem buscar manter a temperatura sob controle de acordo com a orientação médica.
2. Dor de garganta
Por ser uma doença que ataca as vias respiratórias, é comum que a garganta seja afetada em um episódio de gripe.
3. Tosse
A tosse é outro sintoma inicial bastante possível, e é comum que ela seja inicialmente seca.
4. Dor no corpo
As dores no corpo também são uma queixa recorrente, e podem vir acompanhadas de fadiga e prostração que podem demorar semanas para irem embora.
5. Dor de cabeça
A dor de cabeça em si é um sintoma da gripe, mas ela também pode ser originada das inflamações no rosto decorrentes da doença.
Como tratar os sintomas de gripe?
Na maioria dos casos, as pessoas saudáveis superam uma gripe sem grandes intervenções: um tratamento de suporte, com antitérmicos, analgésicos, hidratação e repouso são suficientes para que o organismo se restabeleça. Em algumas situações, medicamentos antivirais são administrados para combater especificamente os vírus e apenas um médico pode indicá-los. Vale lembrar que os antibióticos devem ser utilizados somente contra infecções bacterianas, o que não inclui as enfermidades causadas pelo vírus influenza. Em caso de dúvidas, má evolução do quadro ou se você pertence a um grupo de risco, não deixe de falar com um médico o quanto antes.
Da Redação
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