Após decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba, a tentativa de organizar o funcionamento das atividades produtivas e a circulação de pessoas na cidade de forma a minimizar riscos de contaminação e preservação econômica da Prefeitura de João Pessoa caiu por terra. Prevaleceu a proposta de fechamento linear da maior parte das atividades aos finais de semana e selou as portas das atividades em academias e escolinhas esportivas por duas semanas.
A alegação para restringir a circulação e o funcionamento de bares, restaurantes e similares é o risco de contaminação e o crescimento dos índices de ocupação hospitalar. A Prefeitura de João Pessoa tem alegado, inclusive através do prefeito Cícero Lucena, que o caso é diferente na cidade em relação às demais que apresentam bandeira laranja na avaliação do Governo do Estado. Isso, porque tem mais da metade dos leitos Covid-19 ocupados por pacientes de diversos outros municípios.
Quando se compara ao quadro de outras capitais nordestinas, a paraibana confirma o seu diferencial também no aspecto regional. João Pessoa, conforme os dados das secretarias estaduais de Saúde, tem a menor taxa de ocupação dos leitos de UTI – com 78%. As demais capitais estão acima dos 81%, atingindo 99% em Aracaju.
Quanto às medidas restritivas, a capital paraibana está junto a Maceió, Aracaju e Salvador com as atividades não essenciais e as praias fechadas aos fins de semana. Dessa forma, não está relaxando com os cuidados preventivos mas construindo uma saída menos penosa aos afetados por quase 1,5 ano de perdas, de vidas na forma mais trágica, e de meios do sustento da própria e de outras famílias que dependem de determinado negócio.
Cinco capitais nordestinas com lotação próxima do esgotamento de vagas em UTI estão buscando esse equilíbrio também, porém sem fechar aos fins de semana. Eles estão apertando na fiscalização das normas de distanciamento social e sanitárias. A flexibilização nos horários de funcionamento e limitando o acesso das pessoas aoa ambientes fechados é o meio mais utilizado por Recife, Fortaleza, Teresina, Natal e São Luís.
Taxa de ocupação em UTI
Aracaju – UTI 99%
Maceió – UTI 90%
Salvador – UTI 82%
Fortaleza – UTI 88%
São Luís – UTI 96,06%
João Pessoa – UTI 78%
Recife – UTI 81%
Teresina – UTI 88%
Natal – UTI 89,4%
Assessoria