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Médico infectologista revela elevada carga viral de Variante Delta e alerta para importância da vacina

Detectada  em 25 pessoas de 12 cidades da Paraíba, a variante Delta tem uma elevada carga viral, o que exige da população cuidados redobrados. O alerta foi feito pelo  médico infectologista Fernando Chagas, diretor-geral do Complexo Clementino Fraga, hospital referência no tratamento da Covid-19 em João Pessoa.

Em entrevista, Dr Fernando enfatizou que a variante Delta chega a ter mais de mil vezes mais vírus na mucosa nasal do que as já identificadas, o que faz com ela seja mais transmissível.  Para ele, o realmente preocupa, é a velocidade que o vírus consegue avançar.

O infectologista explicou  que a mutação da variante Delta foi gerada no receptor de entrada, que se liga mais facilmente às células, causando a doença. Além disso, uma quantidade maior de vírus se faz presente no local da invasão e na saída dele, através da mucosa nasal.

“A Variante delta” é uma mutação do Sars-CoV-2, que foi descoberto originalmente na China. É uma mutação que tem como característica, a mutação no receptor de entrada do vírus. O que significa que houve uma alteração na capacidade que o vírus de se ligar às nossas células” explicou.

Fernando Chagas revelou que essa alteração aumentou o risco na população, devido ao poder de transmissibilidade do vírus.

“Esse vírus é muito mais transmissível. Ele é muito mais propagado facilmente, do que os vírus e as variações anteriores.  Existe uma escala de transmissibilidade dos microrganismos, maior do que o sarampo e a catapora, que também são doenças transmissíveis”, alertou.

Por ter uma alta carga viral, a variante, conforme alertou o médico, expõe as pessoas que ainda não foram imunizadas. Ele observou que nos Estados Unidos, 99% das pessoas que estão adoecendo de forma grave, não são vacinadas, já que a cobertura vacinal é baixa, devido um movimento anti vacina muito forte.

O médico infectologista  também explicou algumas diferenças entre os sintomas da variante como a coriza.

– Em alguns paises como nos Estados Unidos, a maioria dos sintomas, principalmente em jovens, era a coriza, que a gente não via com tanta frequência antes. Já a dor de garganta e dor de cabeça, a perda de olfato e paladar, a tosse e a febre, que víamos mais, com a Delta são menos frequentes – completou.

Fernando destacou a importância da vacinação nesse combate às variantes e à pandemia no geral, e lembrou que a vacina é o meio mais eficaz para conter o vírus, principalmente, nas pessoas mais vulneráveis como é o caso dos idosos acima dos 70 anos.

“Precisamos orientar as pessoas que ainda estão resistentes à vacina, a buscarem os postos de saúde e se vacinar, porque é a única proteção de fato contra o vírus” destacou.

Segundo o médico, uma dose da vacina já diminui a transmissibilidade do local e consequentemente protege a pessoa que precisa,  tomar a segunda dose, e completar o ciclo vacinal.

 “Temos identificado mais de 20 mil pessoas no Estado inteiro que ainda não buscaram a segunda dose e já estão no tempo. É importante ir atrás para fechar esse ciclo de proteção, porque quanto mais esse reforço vacinal, menores as chances de uma forma grave da doença”, apelou

Ele observou que, se a Delta chegasse em meio ao cenário do ano passado, sem a vacina, teria sido muito pior.

O infectologista também reforçou a importância do uso obrigatório da máscara para evitar a propagação do vírus, além da higienização das mãos, e evitar as aglomerações. Essas medidas, segundo ele, podem proteger a vida.

“Essa é a forma de evitar o contato. Mais uma vez com o vírus, a vacinação é que vai fazer a diferença. A vacina é que impede a pessoa de evoluir para uma forma grave, principalmente, a população mais vulnerável, que são os idosos acima de 70 anos, e pessoas com algum tipo de imunodeficiências, inclusive, necessitando da terceira dose da vacina” reformou.

Dr Fernando é um dos renomados médicos que está na linha de frente de combate a Covid no Estado, e tem se destacado por fazer defesas sobre a importância da vacinação como medida eficaz para conter o vírus, além de constantes apelos sobre as medidas sanitárias nesse tempo de pandemia.

Severino Lopes
PB Agora

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