No dia 16 de abril de 2021, o secretário do Ministério da Saúde Raphael Parente em entrevista coletiva recomendou que as mulheres brasileiras, se possível, adiassem seus planos de gravidez durante o período da pandemia de Covid-19. Quem analisou essa recomendação foi o médico obstetra Danilo Torres Matos, que disse que ao longo da pandemia essa visão vem mudando.
“A pandemia trouxe medo a todos nós, ou pelo menos à grande maioria. Notei que, no início de tudo, o medo das gestantes era em relação a não sabermos se o novo coronavírus causaria problemas fetais, assim como a zika causou microcefalia nos bebês. Ao longo desse último ano, a visão foi mudando. Agora o receio está na saúde materno-fetal, e as mulheres que não têm pressa em engravidar, estão deixando para fazer isso em um momento posterior. Nós, como obstetras, devemos esclarecer os pontos onde as gestantes ficam mais vulneráveis diante da infecção, mas cabe a elas decidirem o momento em que desejam gestar. Tomada a decisão, ela será amparada pela rede de apoio com o objetivo de ter uma gravidez o mais saudável possível”, comentou Danilo Torres Matos.
De acordo com o estudo realizado pelo CDC, que reuniu mulheres sintomáticas de 15 a 44 anos nos Estados Unidos com infecção confirmada por laboratório entre em 30 de janeiro e 3 de outubro de 2020, as gestantes tinham uma probabilidade significativamente maior de necessidade de terapia intensiva (10,5 casos por 1.000, frente a 3,9). Também se duplicava o risco de que fossem necessária ventilação mecânica e oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO). Pela primeira vez, além disso, esse estudo detectou que a probabilidade de morte era maior: 34 mortes (1,5 por 1.000 casos) entre 23.434 mulheres grávidas sintomáticas, e 447 (1,2 por 1.000 casos) entre 386.028 mulheres não grávidas, o que reflete um aumento de 70% no risco de morte associado à gestação.
Esses riscos, além do mais, se agravam com a idade: as mulheres grávidas de 35 a 44 anos com Covid-19 tinham quase quatro vezes mais probabilidades de precisar de ventilação invasiva e duas vezes mais probabilidades de morrer que as não gestantes da mesma idade, aponta a pesquisa do CDC. Veja detalhes do estudo: https://bityli.com/rLoJ3
Redação
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