O uso de máscaras contra a Covid-19 voltou a ser recomendado em locais fechados diante do aumento de casos e internações pela doença no país. A orientação não é à toa: a ciência já comprovou que o uso de máscara cobrindo nariz e boca, sobretudo a cirúrgica e do tipo N95, realmente é eficaz para evitar o acesso de vírus respiratórios, como o SARS-CoV-2, e consequentemente a sua disseminação. Para falar sobre esse uso foram escutados os médicos infectologistas: Renato Astray, Clarissa Barros Madruga e Fernando Chagas.
Para Renato Astray, o uso da máscara neste momento se torna uma medida de contenção ainda mais importante porque o país vive uma concentração de situações propícias para a disseminação do coronavírus e de suas variantes, que pode causar a temida quarta onda de Covid-19.
“As pessoas pensam muito na saúde dos familiares mais próximos, mas precisam entender que a vacina e o uso de máscaras são medidas de saúde coletiva. Quando nos protegemos destas formas, contribuímos para diminuir a circulação do vírus e para proteger quem não pode tomar a vacina, quem tem comorbidades e doenças crônicas e está mais suscetível a infecções graves”, disse.
Uma pesquisa divulgada recentemente pela revista PNAS, da Academia de Ciência dos Estados Unidos, com base em quatro meta-análises de estudos anteriores, mostra que o uso de máscaras é eficaz para conter o avanço da Covid-19 em ambientes comunitários. A pesquisa estima reduções médias no risco de infecção de até 61% em resultados individuais.
Para Clarissa Barros Madruga, “Todos os anos passamos pelas temporadas de gripes e resfriados, muitas vezes ocasionadas por vírus conhecidos, como o Influenza, outras vezes por vírus novos e muito agressivos, como aconteceu com o coronavírus. Em todas essas situações, as medidas de higiene da tosse e uso de máscaras são protetoras”, disse Clarissa ao destacar também que, além de serem costumeiramente mais recorrentes em períodos frios, doenças virais também se espalham com mais facilidade devido a tendência da população de se aglomerar. “Já passamos por gripe suína, gripe aviária, estamos ainda vivenciando o Covid, e temos novas ameaças chegando, como a Monkeypox. Diante de todas essas informações acumuladas pela população, é importante que todos tenhamos a consciência da proteção que a máscara confere a todos nós e a quem amamos.”
Assim também pensa o infectologista Fernando Chagas ressalta: “Estamos em uma fase de baixíssima transmissibilidade do coronavírus, porém ainda presenciando, em um momento ou outro, alguns casos positivos. Isso simboliza que o vírus ainda circula”, disse o infectologista, onde acentua que o uso de máscara se estende, principalmente, para quem está inserido em algum grupo de risco, como idosos, gestantes e pessoas com comorbidade. Ele lembra também que, em relação a Monkeypox, apesar da transmissão por toque ser a mais comum, existe o risco de propagação via gotículas.
Da Redação