Diante da explosão de casos de dengue, o Brasil vai aumentar o número de cidades que receberão as doses da vacina contra a dengue. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou ontem, quarta-feira (20/03) que o governo federal fará a redistribuição das doses da vacina contra a dengue que não foram aplicadas. Com isso, mais municípios receberão os imunizantes, mas a lista de quais serão as cidades beneficiadas ainda não foi definida.
De acordo com a ministra, o critério para redistribuição será baseado nos municípios que declararam situação de emergência por causa da dengue. A cidade de São Paulo, por exemplo, é uma das que decretou emergência.
Além de aumentar o número de pessoas beneficiadas, o objetivo da redistribuição é evitar o vencimento e, consequentemente, a perda– das doses não utilizadas. A secretária assegurou, no entanto, que quem tomou a primeira dose terá a segunda dose garantida. As doses que não foram utilizadas serão recolhidas pelo ministério, que fará a redistribuição.
A decisão de expandir a idade do público contemplado foi tomada em conjunto com a representação dos conselhos municipais e estaduais de saúde, respeitando as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Comitê Técnico Assessor em Imunização (CTAI).
O Brasil se aproxima dos dois milhões de casos de dengue. Atualmente, o país tem 1.937.651 casos prováveis de dengue, com 630 mortes confirmadas e 1.009 óbitos sob investigação.
Segundo o Ministério da Saúde, do total de casos, 16.494 são considerados graves ou “com sinais de alarme”. O coeficiente de incidência é de 954,2 casos por 100 mil habitantes. A partir de 300 registros por 100 mil pessoas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera nível de epidemia.
Atualmente, 11 unidades federativas já decretaram situação de emergência em saúde pública por causa da dengue: Acre, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Há ainda 350 decretos municipais, sendo 178 em Minas Gerais.
Dados da pasta mostram que os idosos respondem pela maioria das mortes por dengue no país este ano. Na faixa etária dos 60 aos 69 anos, foram contabilizados 91 óbitos; entre 70 e 79 anos, 128 óbitos; e entre pessoas com 80 anos ou mais, 134 óbitos.
Redação