O Brasil se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar vacinas contra a dengue no sistema público de saúde. Produzida pelo laboratório japonês Takeda, os imunizantes serão destinados, inicialmente, a regiões com maior incidência e transmissão do vírus, contemplando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
A estratégia de vacinação será anunciada hoje, quinta-feira (25/01), pelo Ministério da Saúde.
A Qdenga foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS e deve atender municípios de grande porte com alto índice de transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em consideração altas taxas de contaminação nos últimos meses. O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes, faixa etária que concentra o maior número de hospitalização por dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina em março de 2023, com base em estudo feito com mais de 28 mil pessoas, incluindo crianças e adultos. A concessão permite a comercialização do produto no Brasil, desde que sejam mantidas as condições aprovadas.
Os efeitos da vacina continuarão sendo monitorados, sob responsabilidade da empresa fabricante e com acompanhamento do Ministério da Saúde.
Antes de ser incorporado ao sistema público de saúde, o produto foi avaliado pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologia (Conitec), e teve parecer favorável. A Conitec é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, responsável por avaliar a incorporação de tecnologia em saúde no SUS.
Inicialmente, a vacinação contra a dengue vai contemplar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta maior risco de agravamento e regiões com maior incidência da doença. Isto porque o laboratório tem uma quantidade restrita de doses disponíveis.
De acordo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a Qdenga demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%.
O vírus é transmitido para humanos por meio da picada de mosquitos fêmea infectados, que podem contaminar com quatro sorotipos virais diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, cuja prevalência pode variar de acordo com a localidade e estações do ano.
A Qdenga é um imunizante tetravalente produzido a partir do vírus vivo atenuado, ou seja, do micro-organismo infectado , mas enfraquecido. Essa condição pode melhorar a resposta do sistema imunológico, funcionando de forma semelhante à defesa do corpo humano nos casos de infecção pela dengue.
Redação