Uma jovem de apenas de 18 anos, identificada como Jamile de Souza morreu durante o parto após complicações decorrentes de queimaduras. Jamile estava se recuperando de um acidente ocorrido há dois meses, quando sofreu queimaduras em 30% do corpo ao tentar acender um fogareiro utilizando álcool em sua residência. O incidente foi amplamente divulgado na mídia.
Após o acidente, Jamile foi internada no Hospital de Trauma de Campina Grande, onde passou 12 dias na UTI sob cuidados intensivos. Após receber alta, ela voltou para Lagoa Seca, onde ficou sob os cuidados de familiares. Durante a recuperação, foi constatado que ela estava grávida de sete meses.
Na manhã desta terça-feira (15), Jamile não resistiu a complicações durante um parto de emergência no Instituto Elpídio de Almeida (ISEA), em Campina Grande. Ela deu à luz a uma menina que nasceu saudável, pesando 2,8 kg e sendo levada para o Hospital da Criança, onde receberá os cuidados necessários.
A situação trouxe uma onda de tristeza para a família e amigos da jovem. O marido de Jamile expressou sua dor e destacou a necessidade de se concentrar nos cuidados da recém-nascida, que agora vive sem a mãe.
Nota do ISEA a respeito:
NOTA – Instituto de Saúde Elpídio de Almeida
O Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) informa que foi a óbito na tarde desta terça-feira, 15, a gestante Jamilly Fernandes da Silva, de 17 anos. Jamilly deu entrada na maternidade no dia 10 de outubro transferida da unidade hospitalar da cidade de Lagoa Seca. A paciente tinha histórico de internação em outro hospital no último mês para tratamento de queimadura grave de terceiro grau em 30% do corpo. A morte foi decorrente de complicações deste acidente.
De acordo com a equipe técnica, Jamilly chegou apresentando quadro de importante desconforto respiratório e dor abdominal, complicações da grave queimadura que tivera dias antes, que resultou em uma possível estenose traqueal, que consiste no estreitamento da traqueia, o que dificulta a passagem do ar para os pulmões e, consequentemente, provoca dificuldades respiratórias. Com a piora do quadro, foi indicada a interrupção da gestação, ainda que prematura, na tentativa de melhorar o quadro respiratório materno e ser possível prosseguir com o tratamento das vias aéreas da gestante. Durante a cesariana, que aconteceu com anestesia geral e com a paciente entubada, a paciente apresentou uma parada cardiorrespiratória, tendo sido realizadas todas as manobras na tentativa de reverter o quadro, porém infelizmente sem sucesso.
O bebê nasceu de forma prematura, com 34 semanas e 4 dias de gestação. A criança está bem, em uso de suporte respiratório. A menina foi transferida para o Hospital da Clipsi. A conduta médica foi considerada adequada e permitiu salvar a vida da bebê, mesmo com o quadro de prematuridade e de complicações do estado de saúde da mãe.
É importante ressaltar que o ISEA é a maior do estado da Paraíba com cerca de 6 mil partos por ano. O ISEA, inclusive, recebeu recentemente a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 100% de conformidade em segurança do paciente. A maternidade também tem o selo de Hospital Amigo da Mulher, tendo índice baixíssimo de mortalidade materna, e segue reafirmando seu compromisso com uma medicina ética e baseada em evidências científicas.
Redação
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