Um diagnóstico apresentado nesta semana sobre a situação das crianças e dos adolescentes na cidade de João Pessoa no tocante a violências sofridas, feito pela Casa Pequeno Davi, revelou que 46,8 % dos familiares conheciam casos de violência, destes 49,8% aconteciam em casa. Os dados apresentaram ainda que 71,7% das crianças e adolescentes tinham conhecimento de situações de violência e 47% afirmaram já terem sofrido algum tipo de violência.
Em ambos os casos, citaram que são as instituições ou equipamentos públicos os locais onde ocorrem a violência, sendo o ambiente escolar propício a bullying, violência física, racismo, preconceito e discriminação (por ser gordo ou negro). O diagnóstico é uma iniciativa do projeto social “Conhecer para proteger”, idealizado pela Casa Pequeno Davi, executado através do fundo municipal gerenciado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de João Pessoa (CMDCA-JP), com apoio do Itaú Social e apoio técnico da UFPB, por meio do Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre o Desenvolvimento da Infância e Adolescência (Nupedia).
Segundo seus idealizadores o objetivo é estabelecer os dados biosociodemográficos de crianças e adolescentes, entre 0-18 anos; identificar as violações que estes jovens foram submetidos; analisar a efetivação dos eixos de promoção e defesa dos direitos através das políticas de saúde, educação, assistência social e juventude, do sistema de justiça, ministério público e conselhos tutelares.
Os locais mais citados pelos profissionais e gestores onde ocorrem as violações ou violências foram casa (61,4%), comunidade (19,2%) e instituições ou equipamentos públicos (14,4%). Quanto aos tipos de violência referiram-se ao preconceito, violência comunitária, alienação e discriminação religiosa. Participaram da pesquisa crianças, adolescentes, famílias, profissionais, gestores, operadores do direito, integrantes SGD, num total de 1.819 participantes.
A coordenadora do projeto, Renata Soares, ressalta a importância do diagnóstico para propor políticas públicas mais efetivas no ciclo orçamentário dos gestores municipais, a partir das secretarias de Educação, Assistência Social, Esporte, Juventude e Lazer; e Saúde. “Esse ano começa o ciclo orçamentário da nova gestão municipal. Além de ser um retrato aprofundado da realidade, o diagnóstico é uma forma de cobrar que os recursos financeiros sejam destinados para o fortalecimento de políticas para promoção de direitos da criança e do adolescente. Com a categorização do diagnóstico, poderemos identificar onde se encontram as deficiências, em quais territórios as políticas públicas precisam ser reforçadas, qual a faixa etária mais vulnerável. O diagnóstico nos permite essa possibilidade”, explicou.
Redação
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