Descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Esse é o pedido da ADPF Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442, em discussão no STF (Supremo Tribunal Federal). No debate, números sobre a interrupção da gravidez no Brasil e no mundo são usados tanto por quem defende quanto por quem é contra a legalização, mas as lacunas de informação ainda são visíveis. A parte desta discussão, na Paraíba, somente em 2019, 12 mulheres fizeram essa opção, segundo dados do Instituto Cândida Vargas. Como a interrupção da gravidez é criminalizada, apenas parte das informações é oficial.
Na capital paraibana, vinte mulheres em situação de violência, entre elas, uma menina, tiveram a gestação interrompida em procedimentos cirúrgicos no Instituto Cândida Vargas, no período de janeiro de 2019 a junho de 2020. Só no ano passado, foram 12 abortos realizados em decorrência de estupro. Nos primeiros seis meses deste ano de 2020, foram oito procedimentos.
De acordo com a diretora geral da unidade, Terezinha de Lisieux Pires de Andrade, em 2019 foram atendidas 152 mulheres em situação de violência. “São casos de interrupção legal da gravidez, conforme preconizam as normas técnicas do Ministério da Saúde. Às que procuram o serviço, administramos 72h – relação para que não engravidem. Muitas vezes, a violência é intrafamiliar e motivamos as mulheres a procurarem assistência para evitar uma gravidez indesejada”, explicou.
Redação