Comprar coisas por impulso, sem necessidade alguma, pode ser sinal de oniomania. A certeza desse transtorno compulsivo é quando a pessoa não resiste a pressão da compra, o que a leva a ter prejuízos financeiros e a se sentir culpada. Para falar sobre essa doença que aftas muitas pessoas foram ouvidas as psiquiatras psiquiatras Scheilla Matos Ferreira e Aline Rangel, que comentaram sobre eventuais causa, sintomas e tratamentos da doença.
Segundo as especialistas, este transtorno atinge cerca de 8% de pessoas ao redor do mundo, sendo identificado com maior frequência nas mulheres, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo Scheilla Matos, atualmente, diante dos estímulos da mídia e de uma sociedade voltada ao consumismo, difícil não se sentir tentado a comprar mais do que precisa. O problema é quando a vontade de aquisição de bens e serviços se torna descontrolada, vai além do racional, e acaba tornando a relação de consumo um problema, resultando em dívidas gigantescas, acúmulo de produtos desnecessários e sensação de culpa. “É a doença dos compradores compulsivos. A pessoa compra por impulsividade, sem necessidade alguma, o que a leva a ter prejuízos financeiros e a se sentir culpada. Foi considerada doença na década de 1980” disse Matos, ao destacar ainda que as causas são multifatoriais, tendo, sobretudo, relação com a história comportamental da família (origem ambiental) e origem genética. Sheila conta que a oniomania faz parte dos transtornos de controle do impulso e está ligada a algumas condições psicológicas: privação emocional na infância; incapacidade de tolerar sentimentos negativos, necessidade de preencher um vazio interior; procura por aprovação; perfeccionismo, entre outros fatores. “A compra compulsiva é semelhante a uma fissura: o indivíduo sente angústia, sintomas físicos, efetua a compra e sente o alívio. Em seguida vem a culpa, o arrependimento”, comentou.
Assim também pensa, Aline onde afirma que o consumidor compulsivo vê nessas compras uma forma de satisfação para suprir outras carências, angústias e para diminuir o desconforto físico e psicológico. Para ele, o que excita é a ação, e não o objeto adquirido.
Sintomas e sinais da oniomania:
• Adquirir itens desnecessários, muitas vezes repetidos;
• Descontar tristezas e frustrações nas compras;
• Contrair dívidas que superam o valor que pode pagar;
• Fazer empréstimos para cobrir gastos com cartões de créditos e cheques especiais;
• Mentir, omitir e esconder os gastos excessivos e também as dívidas.
• Brigar com familiares e se desgastar nas relações sociais por conta dos gastos excessivos;
• Afastamento social.
“Muitas vezes esse é um transtorno que demora a ser identificado pelo paciente e pessoas próximas. A busca por ajuda médica ocorre apenas quando o vício já acarretou diversos problemas”, disse Rangel.
Tratamento
“A oniomania tem cura. Para tratar esse transtorno, o médico faz avaliação psiquiátrica para diagnosticar as questões relacionadas aos problemas. Muitas vezes as pessoas estão deprimidas e ansiosas e necessitam de medicação para auxiliar no processo. Além disso, é iniciada a terapia cognitivo comportamental, que trará a tona as questões que envolvem o impulso pela compra. O tratamento para oniomania também é feito com aconselhamento sobre compras. O objetivo não é a abstinência completa do ato, mas o controle do comportamento, que em situações normais obedece à seguinte sequência de etapas: avaliação da necessidade; avaliação das possibilidades; pesquisa de preços e condições de pagamento; consulta a terceiros; negociação; deliberação; comprar o que foi programado. Quando adequadamente tratado, o resultado costuma ser favorável”, finalizou Aline.
Da Redação