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PB: seis em cada dez famílias se recusam a doar órgãos de parentes

A doação de órgãos é um ato que pode devolver a vida a pessoas que aguardam na lista de transplante. Entre os órgãos que podem ser doados, estão coração, pulmão, rim, fígado e pâncreas. Há também a possibilidade de doar tecidos, como as córneas. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Na Paraíba, seis em cada dez famílias (61%) se recusam a doar órgãos de parentes que morreram.

O diretor da Central de Transplantes da Paraíba, Luiz Gustavo César de Barros, aponta que 300 pessoas, maior parte dos pacientes na lista de espera no estado, aguardam por um rim. Em seguida, aparecem cinco pacientes que precisam de um fígado, e um que espera por um novo coração. Por isso, o especialista lembra que as famílias que passaram por um momento de dor têm a chance de levar vida a outras pessoas por meio da doação de um órgão.

“A importância da doação tem relação com a redução de listas que as pessoas precisam de órgãos vitais para sobreviver. Os pacientes possuem uma qualidade de vida ruim, com prejuízo das funções sociais e laborais. No momento em que recebe um novo órgão, passa a ter uma nova vitalidade”, afirma.

Ficar na lista de espera é uma angustia e luta diária pela sobrevivência. Quem passou por isso foi Janine Targino, de 37 anos, de Catolé do Rocha. Ela teve uma cirrose crônica. Segundo os médicos, a possível causa foi uma hepatite assintomática, em que o vírus se alojou no fígado, destruiu as células de defesa e, assim, necrosou o órgão.

O primeiro transplante, então, ocorreu em 2003, aos 21 anos, no Recife. Nos quatro anos em que permaneceu na lista de espera, a professora fez uso de remédios e enfrentou hemorragias e infecções. A esperança veio após ser encontrado um doador de 20 anos que havia sofrido um acidente.

Quando parecia que tudo voltaria ao normal, Janine travou uma nova batalha pela vida. O fígado doado foi rejeitado pelo organismo quatro anos e meio depois do transplante. O novo órgão veio em 2009, quatro meses após a rejeição. Passados dez anos, Janine, hoje, leva uma vida normal e conta emocionada que não teria uma segunda chance se não fosse a solidariedade de um desconhecido. “Leiam sobre transplantes e vejam que é totalmente diferente do que a gente imagina. O ato de salvar vidas é heroico! Então, eu peço à população que se conscientize e que entenda a importância do transplante de órgãos”, reforça.

Se você vive no estado e quer saber como ser um doador, acesse o site familiadoadora.pb.gov.br. Lá você pode encontra informações da Central de Transplantes, unidade que funciona 24h e tira dúvidas sobre a doação de órgãos, além de mostrar depoimentos de famílias que autorizaram doações.

Na Paraíba, a retirada dos órgãos doados é realizada no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, e no Hospital de Trauma, em Campina Grande. Os transplantes são feitos pelo SUS, em dois hospitais particulares da capital.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante. A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família.

 

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